Privatizações anoréticas!

Não estaria completa a semana do regresso sem comentar a situação económica e política do pais. Basicamente o que acontece é que o Acordo com a Troika norteia todo o programa do governo e um dos factores impostos são as privatizações de algumas empresas públicas. Estas privatizações aguardam calendário mas são apresentadas como inevitáveis. São imposições dos países do norte, os que emprestam o dinheiro. Uma destas imposições foi o fim das chamadas Golden Share que sendo ilegais, ainda serviram a José Sócrates (sim, esse mesmo) para vender por mais 350 milhoes de Euros a Vivo aos espanhois da Telefónica.
Mas como o tempo é de Verão, um destes dias estando na praia, não pude deixar de comparar esta situação com os canônes de beleza impostos pelas agências de modelos da indústria da moda, que impuseram a magreza anorética e rectlínea como ideal de beleza. E claro, as portuguesas passaram a queixar-se da excessiva gordura e das ancas roliças. Há que respeitar os ideias criados pelos estilistas que aboliram carnes marmóreas, ilegalizaram as ancas e os seios que desafiam as leis de Newton. As portuguesas quase que se reviram como as últimas mulheres ao estilo Felini. Pois bem, eu penso que a mulher portuguesa deve reconquistar o orgulho na sua mui lusitana e generosa forma.
Da mesma forma deveremos, orgulhosamente, criar os mecanismos para que Portugal não perca o controlo das redes de electricidade, água, telecomunicações, correios e aeroportos. Para isso há segundo alguns juristas a hipótese de Portugal manter os direitos especiais, pela mesma via, que por essa Europa fora muitas empresas não deixam de ter o seu centro de decisão no país de origem. Para isso invoca-se um argumento permitido pela legislação comunitária: proclamar "motivos de ordem, segurança e saúde pública"!