segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cultura em Tempos de Cólera!

Adaptei o título da novela de Gabriel Garcia Marquez, "Amor em tempos de cólera", para vos falar de um tema, que embora já tenha sido aqui abordado, já o foi há muito, e por isso merece ser refrescado e actualizado. Falo-vos da cultura de um modo geral, mas em Campo Maior em particular. Tudo isto porque no blogue do Prof. Vasco Pereira surge um post com o título "Dissonâncias" onde tece duras críticas à actual política cultural do nosso município.
O motivo principal desta crítica foi o espectáculo do Maestro Vitorino de Almeida no Centro Cultural. Diz quem assistiu que foi um excelente espectáculo e que o Maestro foi convidado a voltar. No entanto, as críticas do Prof. Vasco Pereira vão no sentido de os recursos serem mal utilizados, e deveriam ter sido canalizados, nomeadamente, para apoiar Associações Culturais do concelho. Fora de ciumeiras o que está em causa é a eterna discussão sobre a afectação de recursos na área da cultura. Os municípios devem apoiar diversas manifestações culturais, desde o Arraial ao Concerto do Maestro já que a cultura deve ser abrangente e estar acessível ao maior número possível de pessoas. No entanto, nesta discussão que parece infindável, acrescento um ponto. Nas condições actuais do país os investimentos culturais tendem a ser menores e se Passos Coelho reduziu o Ministério da Cultura a uma Secretaria de Estado, devem todos os restantes organismos seguir-lhe o exemplo e investir assertivamente mas em menor quantidade. Investimentos como Carnavais de Verão são meros instrumentos de propaganda que os municípios devem evitar mesmo estando a entrar nos últimos 2 anos de mandato e a necessidade de caçar votos começar a fazer-se sentir.

2 comentários:

Vasco M. N. Pereira disse...

Não posso estar mais de acordo.
É mesmo isto que eu digo, ainda que por outras palavras.

Mata Hari disse...

Meus caros Senhores,
Fico chocada ao ler o sentimento do Professor Vasco Pereira !
Embora tenha toda a razão quando diz que os recursos para a Cultura são mal utilizados e que deveriam ser canalizados para apoiar Associações Culturais do concelho, creio que o Maestro Vitorino de Almeida nada tem a ver com esse problema !
Ficou muito mal à Variadora Isabel Raminhas e ao Professor Vasco Pereira não terem assistido ao espectáculo!
Talvez seja hora de acordarem e de perceberem que a Cultura nunca será equitativa no nosso país e que num interior isolado culturalmente, manifestações como estas se acolhem de braços abertos e não, voltando as costas!
A atitude que tiveram foi similar à de um mendigo que espera que alguém lhe ofereça um casaco para se agasalhar mas que quando esse dia chega, não aceita o casaco argumentando que o gesto não mudará a vida dele e prefere continuar a ter frio do que aceitar o casaco!
De facto, seria legítimo o mendigo não aceitar o casaco, argumentando que ele precisava era de um telhado, mas ao aceitar o casaco, melhoraria pelo menos algo na sua condição precária...
Acho que foi um protesto estéril, que passou despercebido, que não fez mudar absolutamente nada e que deu ao Maestro Vitorino de Almeida e à cantora que o acompanhava, uma imagem de muito pouco fair-play dos campomaiorenses em sentido cultural e político.

Foi um espectáculo excepcional, adorei!