sábado, 30 de abril de 2011

Aquela luz lá ao fundo!

“Rejeito uma Europa que seja apenas um mercado, uma zona de livre troca sem alma, sem consciência, sem vontade política, sem dimensão social. Se é essa a direcção para onde vamos, lanço um grito de alarme”. Jacques Delors

Agora parece que a malta do FMI até não é assim tão feroz como a pintavam e comparada com os nossos “irmãos” europeus até passaria pela Madre Teresa. Enquanto o FMI considera que uma ajuda a três anos seria a certidão de óbito da nossa débil economia e propõe uma ajuda “suaves prestações” até 2020 ou 2021 para que a brutalidade das medidas a implementar seja diluída no tempo e não nos afunde numa irreversível recessão, os nossos “parceiros” europeus, os nossos queridos “irmãos do projecto europeu”, pressionados pela Alemanha e Finlândia, não querem ir além dos três anos, mesmo que isso signifique o estrangulamento total da nossa economia. Quando da próxima vez que os nossos políticos nos avisem que já vislumbram uma luz ao fundo do túnel, desconfiem: tanto pode ser a saída do túnel como um dos nossos “parceiros europeus” em contra-mão. E com os máximos ligados.
É isto o projecto europeu? É esta a Europa única que andam há décadas a desenhar? É uma União de Facto ou apenas uma elaborada brincadeira diplomática? As respostas não são simples. Mas arvoremo-nos em Hercule’s Poirot’s e tentemos desvendar o mistério: escrevam num papel os nomes Adenauer, Willy Brandt, Mitterrand, Felipe Gonzalez, Mário Soares e Jaques Delors. Depois, ao lado, escrevam Berlusconi, Zapatero, Merkel, Barroso, Sarkozy e Sócrates. Não, o culpado não é o Mordomo.

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