quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Educação da Terra do Peter Pan!

Não gosto de me repetir com os temas, mas a Educação é um dos meus temas recorrentes e a vinda de Eric Hanushek a Portugal leva-me a criar o post de hoje. Eric Hanushek é um Doutorado em Economia pelo MIT e tem dedicado o seu trabalho de investigação a medir o impacto da qualidade dos professores no sucesso dos alunos. Este senhor começa por dizer que ainda não consegue identificar as características que fazem um bom professor, mas que todos sabemos que há uns melhores que outros e dá um conselho: "Vamos olhar para as pessoas que estão a fazer um bom trabalho e definir políticas que ajudem a manter estes profissionais nas escolas e a afastar os maus professores da sala de aula." Diz mais Eric Hanushek: "Temos de premiar os melhores, recompensá-los com incentivos financeiros de forma a garantir que não vão fazer outra coisa qualquer". Sobre a questão da avaliação, Hanushek tem a seguinte opinião: "Em todo o mundo existem sindicatos fortes que defendem a não distinção entre professores resistindo a qualquer tentativa de despedir os maus profissionais!".
Se bem que é verdade que por vezes quem está mais longe vê melhor, não deixa de ser notável que tenha que vir um senhor dos Estados Unidos para nos dizer algo que devia ser evidente para a classe educativa. A menos que nós vivamos como na Terra do Peter Pan e nos neguemos a crescer e a tratar os assuntos tal como devem ser tratados.
E para finalizar, e já aqui foi apontado, o excessivo absentismo que algumas professoras do básico vêm apresentado em Campo Maior. Acho que é hora de que quem gere o Agrupamento de Escolas tome as medidas necessárias e definitivas, porque apresentar professores substitutos que não estão preparados para o ensino básico não é a solução adequada!

5 comentários:

Anónimo disse...

Cuidado, Jack! Você está a ir por caminhos muito minados. Prepare-se porque vem aí chumbo grosso. Lembre-se que se está a meter com um dos mais fortes lobbies que existem em Portugal, o dos sindicatos de professores. Essa imagem dos Peter Pan que se recusam a crescer é muito bem achada.
Parabéns!
Com a minha solidariedade, o meu aviso renova-se: prepare-se.

Anónimo disse...

Não era preciso vir um americano dizer-nos aquilo que todos sabemos.
Em qualquer classe profissinal existem pessoas, com maior ou menor capacidade para a função que desempenham. Eu sempre fui avaliado, posteriormente passei a avaliador e nesta função sempre esclarecia claramente as notações que atribuia. Por vezes havia divergências entre avaliado e avaliador, e uma explicação sobre a justeza da avaliação atribuida. Os senhores dos sindicatos de professores são na sua maioria profissionais do sindicalismo, e defendem doutrinas que agora vêm sendo renegadas, vejam o caso de Cuba, um milhão e meio de funcionários públicos para o desemprego. Mas também assumo que não defendo este capitalismo selvagem, leiam um artigo do Prof. Adriano Moreira no DN do dia 18/1 e vejam a sua opinião sobre a classe dos líderes europeus que nos governam.

Jaime Carmona disse...

Em todas as profissões temos gente capaz e outros...nem tanto!
A educação tem, hoje em dia, uma enorme visibilidade após os últimos anos de desenfreada propaganda negativa.
Agora, basta vir um especialista americano para dizer o óbvio.Não nos devemos enganar com este tipo de iniciativas, por outro lado, que papel representa realmente a Educação na Sociedade do Século XXI?
Portugal, ao longo de décadas, desprezou a formação dos seus jovens e, hoje em dia, oferece Novas Oportunidades a preço de saldo!
A pressão das estatísticas levou à política do arrepiar caminho e o resultado começa a ser evidente. Recentemente, obtive a seguinte resposta: "vamos fazer um trabalho sobre figuras portuguesas de relevo e escolhemos já uma - Lionel Messi!" É de rir ou de chorar perante tal aberração?
A função docente é desgastante e pouco reconhecida. Não falo de questões monetárias mas sim em termos sociais. Porquê? No meu entender pelo baixo nível de escolarização da população portuguesa e pela experiência negativa que muitos temos das nossas passagens pelos bancos da escola.
Mas, sem fugir ao tema, falemos da questão monetária. Que milhares de euros mensais ganha a maioria dos professores em Portugal? Aconselho os curiosos a consultarem a tabelas de vencimentos ao dispor em qualquer site de um dos sindicatos. E acrescento, temos de ter cuidado no julgamento que fazemos! É necessária objectividade e racionalidade.
São uns coitadinhos ou santos? Nada disso! Também cometem erros, afinal...são humanos! Agora não os sacrifiquem sem razão e, principalmente, sem conhecimento real de causa. Sabe, a questão da avaliação foi um logro que resultou na perfeição. Pôs a opinião pública a pensar que é tudo uma cambada de malandros que não querem é fazer nada e recebem milhares de euros!
Os sindicatos nada mais são do que ramificações dos principais partidos políticos. A Ordem dos Professores é uma miragem porque não interessa ao lobby dos partidos, não é aos professores! O Ministério tem disto noção e continua o trabalho de destruição da Escola Pública. Vejam-se as movimentações no sector privado. Justifica-se a manutenção do apoio à esmagadora maioria das escolas privadas quando a rede pública cobre praticamente o País inteiro? Claro que não! Mas interessa porque é nesses colégios que estuda a elite de amanhã!
Da minha parte, não precisa de colete para as supostas balas!
O que precisamos é de continuar a debater Educação desta forma: aberta, séria e construtiva.
Quanto ao Peter Pan não sei se ele quereria viver no nosso Portugal, o País do Quase Nada!
Força!

Anónimo disse...

É demasiado preocupante o drama da Educaçao em Portugal!
Como diz o Professor Fernando Cortes O mais espantoso de tudo isto é não só a indiferença politica com que é visto o desgaste da educação publica em Portugal, mas também a inexplicável importancia que na concepção ideológica das politicas educativas continua a ser concedida aos arautos do “ laisser faire,laisser passer”, os quais impunemente insistem em transformar as escolas e as praticas de ensino e de aprendizagem numa espécie de bricolandia nacional.
O quê! Peter pan viver em Portugal ,acho que ele não quereria viver num Pais onde a educação nacional
caminha rapidamente em passos largos atingindo extraordinárias dimensões para uma politica desgovernada,e financeiramente insaciável resultado do maus políticos que temos.

Anónimo disse...

É pena que denigra as pessoas e não se identifique, fala sem saber mas enfim