Com a chegada ao fim da Páscoa venho com este post de hoje, constatar e por à consideração dos nossos comentadores, um facto por todos visível nas procissões que por esta época são tradição e fazem parte do calendário religioso. Falo do facto de os andores serem transportados em carrinhas de caixa aberta quando até bem pouco tempo eram transportados por homens que carregavam as figuras durante todo o percurso. Devo dizer desde já que não gosto de tamanho aparato, no entanto constato que deve ser difícil contar com um número suficiente de ombros que possam efectuar tal missão. Mas aqui entra a minha pergunta e o meu comentário para hoje, esta falta de ombros deve-se ao afastamento das pessoas das crenças religiosas, isto é há cada vez mais falta de fé e um afastamento da igreja por parte dos seus antigos fieis? Ou houve motivos concretos que provocaram tal afastamento? Procurei explicação entre algumas pessoas e houve algumas teorias...eu diria que até algumas teorias da conspiração. A explicação que mais encontrei foi que em determinado momento decidiu-se reservar a honra do transporte das figuras religiosas a aqueles que efectuavam o curso de cristandade. Esta diferença levou ao afastamento de alguma "força" disponível para tão nobre acto.
Será que os motivos são apenas "terrenos"? Ou os campomaiorenses estão gradualmente a perder a fé na religião cristã? Deixo já aqui a nota que dedicarei um post, em melhor ocasião, ao Cónego Donaciano Marques que há 35 anos que está na paróquia de Campo Maior. É verdade que já o tenho ouvido nalgum sermão mais conservador, mas mesmo assim é uma referência para Campo Maior.
5 comentários:
Parece-me que talvez, no século XXI, as pessoas começam a perceber que essas "coisas" têm mais a ver com a idade média do que com a nossa época.
Agora já não há volta a dar aos andores. Cortaram-lhes os varais que serviam para os homens os transportarem e agora só mesmo em cima de qualquer coisa, seja ela carrinha, carroça ou afim... Enfim, só mesmo por cá se vêem coisas destas.
“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se acaso uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Do mesmo modo, a árvore boa dá bons frutos, mas a árvore má dá frutos ruins”
Mateus. 7, 16-17
Antes de mais, agradeço a Deus o facto de me ter permitido ser ateu.
O afastamento da sociedade em relação à Igreja é um facto. Mas quais os verdadeiros motivos que afastam cada vez mais ovelhas dos seus sodomitas (alguns, não generalizar por favor) pastores? Eis o resultado de uma intensa pesquisa, efectuada através da interpretação de sagradas escrituras publicadas no jornal do Lidl, para investigar as razões do distanciamento:
1) Afastamento por Substituição
Quando Nietzsche escreveu sobre a morte de Deus estava longe de imaginar que um outro Deus e uma nova religião tomariam o lugar do defunto. Substituam a palavra Deus por Al Gore, Fé por Aquecimento Global, Igreja por Greenpeace ou Quercus, Fiéis por “Activistas” e temos a Ecologia como nova religião de massas. Adorar abetardas ou Deuses cuja existência é mais do que duvidosa vai dar rigorosamente ao mesmo. Se bem não existam nidificações de Deuses nas bermas da estrada do Retiro a impedir as obras de melhoramento. Entre uns (católicos) e outros (ecologistas) venha o Diabo (ou o Buraco de Ozono) e escolha.
2) Afastamento por Má Imagem
A Igreja não acompanhou os tempos e não se modernizou. E isso tem os seus custos ao nível de angariação de novas “ovelhas”. A decoração barroca das Igrejas, os hábitos sacerdotais, o latim nas missas, a insonsa hóstia, a tenebrosa musicalidade de Hendel ou Bach, tudo contribui para afastar gentes das homilias e das celebrações religiosas.
Um pouco mais de ousadia e modernidade dariam novo fôlego à instituição. Experimentem vestir os clérigos com fatos de nylon rendado, substituir a música sacra por um DJ a passar hip-hop, trocar a hóstia consagrada por Big Mac’s, ministrar as missas em linguagem sms, e vão ver como o “rebanho” aumenta para números bíblicos.
E porque insondáveis são os caminhos do Senhor, no momento em que Deus e a sua Casa se encontram mais debilitados, Jesus, esse, continua a espalhar a mensagem de esperança e vai comandar o Glorioso na conquista da Liga Sagres e (talvez) da Liga Europa, prometendo vitórias eternas aos fiéis e o paraíso na terra a todos os que acreditam. As abetardas do Retiro o protejam.
Acho que a questão colocada neste post é muito pertinente, mas seria conveniente ouvir pessoas que frequentam a igreja católica de Campo Maior. Acho que há senhores que frequentam a nossa igreja e, têm muita falta de formação cívica, por isso é que estas coisas acontecem.
Em Campo Maior, temos vindo a assistir a um decréscimo enorme de católicos, não será por acaso... o sr. cónego, tal como as pessoas têm conseguido tal proeza.
É com muita tristeza que assisto a tal fenómeno em Campo Maior, mas o sr. Cónego assim o quis e trabalha em prol do afastamento das pessoas.
Os campomaiorenses não deixaram de ter fé. Mas a juventude, na genelaridade, tem outros valores.
E depois o sr paroco, ao que sei, quer pela idade quer pela sua falta de saúde, permita que alguns a algumas ditos "beatos" cujos comportamentos morais, na maioria dos casos, não são exemplo para ninguém. Dizem que foi o tal sr. alto e careca que nos actos religiosos parece ser o mestre de cerimónias, quem mandou cortar os tais "varais" aos andores. A ser verdade, será que o sr. averigou se os andores têm algum valor artistico? Bem fazem as freiras do Convento, em não deixar sair a procissão de Nª Sra. da Conceição sem que a imagem seja transportada por homens.
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