Peguei no título de um romance da Jane Austen para reflectir o que sinto por esta data. Em primeiro lugar o Orgulho...Orgulho de uma data que deu a liberdade ao nosso povo e nos retirou do jugo de uma ditadura velha e caquetica. Orgulho de fazer uma revolução e que o derrame de sangue foi quase nulo...Orgulho numa revolução que foi um exemplo para todos e que inspirou outras por esse mundo fora. Orgulho porque no seu 36º aniversário as flores de papel feitas por pessoas da nossa terra enfeitam o palácio da presidência da República...Orgulho porque o nome da minha terra esteve na boca de todos em todo o país.
Por fim o Preconceito, o Preconceito que nos leva a pensar que o 25 de Abril não nos levou a lado nenhum, que não foi a revolução que esperávamos...O Preconceito que nos leva a pensar que somos um povo sem rumo e sem remédio...O Preconceito que somos um povo que não há quem governe nem se sabe governar.
É uma data que merece todo o nosso respeito, mas também é uma data que nos deve fazer ponderar e meditar nos seus propósitos. Espero que quando comemoremos o 72º Aniversário não haja Preconceito mas sim e só Orgulho!
4 comentários:
Meu caro Jack:
vamos lá afinar os conceitos. O que você sente não é preconceito. Deve mais propriamente ser chamado de desencanto, desilusão ou frustração.
Preconceito é o que sente em relação ao "25 A" os saudosos do salazarismo. Porque têm ideias e sentimentos pré-concebidos sobre um acontecimento que eles, sem qualquer análise ou avaliação, consideram desastroso e nocivo.
Dito isto, nenhuma revolução realiza as expectativas dos que a sonharam e fizeram. Principalmente as democráticas que baseiam as soluções e decisões na consensualização das vários projectos que existem na sociedade. Em democracia, a política é a arte e saber de decidir como melhor for possível. Só os ditadores decidem como podem e como querem.
A melhor maneira de analisar os resultados de uma revolução democrática não é medi-la segundo as nossas expectativas, mas compará-la com a situação anterior. Assim teremos uma medida adequada para saber se valeu ou não a pena.
Convém tomar em consideração valores fundamentais como a LIBERDADE.
Que emoção !
Que alegria tão grande!!!
O nosso espírito transpira liberdade só de ouvir!
Mas como poderiamos nós viver sem os morteiros de Abril?! (idiotas...)
Amigo Carlos,
Estive para incluir no post sobre o 25 de Abril uma referência ao Carlos e ao seu espírito anti-foguetório. Já tinha, em anos anteriores manifestado esse sentimento e sabia que este ano o iria manifestar de novo. Pelo menos serviu para aparecer outra vez pela blogosfera o que é motivo para atirarmos foguetes...ou melhor não atirar foguetes!!
"As revoluções são sempre incompletas."
(Esta foi demasiado incompleta)
"Porque houve uma contra-revolução logo a seguir. Ao fim de um ano houve uma contra-revolução também com características próprias, isto é, configura alguns traços essenciais de uma contra-revolução que é repor algumas situações anteriores à revolução. a contra-revolução é isso."
António Barreto in Discurso Directo, entrvista ao DN de 25 de Abril de 2010, página 2.
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