Na segunda-feira, enquanto muita gente, ainda vivia a ressaca das eleições autárquicas, em Estocolmo, o Banco da Suécia atribuia o prémio Nobel aos economistas Elinor Ostrom e Oliver Williamson. Ostrom utilizou como seu objecto de estudo os recursos de domínio publico ou comunitário e Williamson a empresa e o mercado.
É impossível, neste espaço, poder transmitir mais da obra destes dois economistas, no entanto chamava a atenção para o trabalho do primeiro. Teoricamente há três mecanismos para alcançar a cooperação quando estamos na presença de bens públicos: A privatização, normalmente associada a mais eficiência mas com potenciais problemas redistributivos; a intervenção do Estado mais geradora de justiça social mas potencialmente menos eficiente; e por fim mecanismos de auto-regulação dos bens comuns, este último, a terceira via apresentada por Elinor Ostrom. Diz a laureada, que a probabilidade de sucesso na gestão colectiva e auto-regulada de um recurso é maior se os agentes partilharem normas de reciprocidade e confiança mútua. Eu por minha parte acho que ainda estamos longe destas condições na nossa sociedade.
No entanto, e concluo, por aqui, gostava de dizer que fechámos um ciclo de três eleições e é próprio do ser humano que as esperanças se renovem. É também próprio do ser humano que nos desiludamos dentro de um ou dois anos, ou até talvez antes, no entanto, são ideias novas, como as dos prémios Nobel, ou pessoas novas como as que irão dirigir as instituições que permitem a renovação do processo.
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