sábado, 12 de setembro de 2009

Desta época eleitoral

Por mais que nos custe, há entre as consideradas camadas mais populares da nossa sociedade, uma acentuada tendência para escolherem como governantes figuras que são, por natureza e por atitude, gente bastante medíocre. Parece que se comprazem em fazer eleger aqueles que mais indiferentes são ao seu bem-estar, à sua promoção social e à criação de melhores condições de vida. Isto que é, na verdade, bastante triste, deve ser também muito desmotivador para aqueles que se dedicam à política com as melhores intenções e em busca de condições para a realização de melhores projectos.

É também evidente que, quanto mais medíocres são os politicos, mais se empenham em manter a apatia e a falta de sentido crítico do povo. Por outro lado, esses políticos, tendo subido à custa de muito servilismo perante os que eram decisivos para decidirem da sua ascensão na carreira, quando chegam aos lugares cimeiros fazem-se rodear de gente de um servilismo que chega a rondar a abjecção, de tal modo estão disponíveis para apoiarem as maiores irregularidades e injustiças.

Qualquer cidadão de espírito crítico sabe que estas são, entre outras, algumas das consequências mais frequentes da abertura e liberdade de decisão que a democracia concede a todos os seus cidadãos.

Mas, que alternativas podemos ter para isto? Apostar nos elitismos das oligarquias bem pensantes, mas tantas vezes alheias à realidade das questões sociais? Aceitar o vandalismo estúpido e absurdo dos ditadores que se apoderam do governo pelo golpe e pela violência?

A solução está em não desistir de tentar sempre, por todos os meios e de todas as formas, dar uma capacidade mais esclarecida ao povo para que possa orientar melhor as suas escolhas.

Trata-se de um caminho sinuoso, com altos e baixos, com avanços e retrocessos, mas parece ser aquele que melhor conduz ao objectivo perseguido. Nem sempre a linha recta é o caminho mais seguro para ir de um ponto para outro. Mas acredito que, se as sociedades do futuro forem mais evoluídas e mais perfeitas, elas serão seguramente mais democráticas.

3 comentários:

carlos disse...

"...esses políticos, tendo subido à custa de muito servilismo perante os que eram decisivos para decidirem da sua ascensão na carreira, quando chegam aos lugares cimeiros fazem-se rodear de gente de um servilismo que chega a rondar a abjecção..."

A ver se entendo: podemos então considerar que há servilismo bom e servilismos abjectos.

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"Qualquer cidadão de espírito crítico sabe que estas são, entre outras, algumas das consequências mais frequentes da abertura e liberdade de decisão que a democracia concede a todos os seus cidadãos."

Outra dessas consequencias é que governa quem consegue mais votos. Uma chatice...

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"Mas, que alternativas podemos ter para isto? Apostar nos elitismos das oligarquias bem pensantes, mas tantas vezes alheias à realidade das questões sociais? Aceitar o vandalismo estúpido e absurdo dos ditadores que se apoderam do governo pelo golpe e pela violência?"

Esta confesso que não percebi.

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"A solução está em não desistir de tentar sempre, por todos os meios e de todas as formas, dar uma capacidade mais esclarecida ao povo para que possa orientar melhor as suas escolhas."

Aqui estamos 100% de acordo!


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"...Trata-se de um caminho sinuoso, com altos e baixos, com avanços e retrocessos, mas parece ser aquele que melhor conduz ao objectivo perseguido."

Que é ele, se não me perdi, a conquista do poder, certo?

carlos disse...

Amigo Gavião,
Independentemente de concordar ou não com as ideias transmitidas no post, o que quero dizer é que o tema que levanta é sufcientemente importante para merecer uma reflexão mais detalhada.

Como muito bem diz, a solução passa por dar ao povo cada vez mais esclarecimentos e maior capacidade de orientação nas suas escolhas.
E já agora também (e isto sou eu que digo)a possibilidade de discutir estas questões de forma aberta e saudável.
Assim eles queiram e possam.

Gavião disse...

Pois é, Carlos, o seu prmeiro comentário deixou-me entre a perplexidade e o desencanto. Porque, se por um lado me pareceu que não tinha entendido nada das reflexões que procurava partilhar com quem me lesse, por outro lado, o seu comentário era dissonante com as análises esclarecidas a que me habituou com os seus comentários.
Mas, pronto, o segundo comentário repôs as coisas no seu devido lugar. Garantiu-me que afinal entendeu muito bem o que eu procurei transmitir com o meu texto.
É óbvio que a consequência mais frequente da democracia é a demagogia. A liberdade permite que todos usem dela. O problema é que muitos abusam. Qual o antídoto? Esse mesmo que aponta: esclarecer o povo para que ele possa querer e possa ser capaz de entender.
Como vê, estamos de acordo não havendo razões para chistes, nem dúvidas.