terça-feira, 25 de agosto de 2009

Da ética e da sociedade

Portugal viveu esta semana um momento histórico: um político em exercício de funções foi condenado em tribunal – de primeira instância, é certo. O recurso pode determinar outro desfecho. Mas digo histórico porque o sentimento generalizado da população é o de que existe uma Justiça para pobres e outra para ricos. Ricos, entenda-se, poderosos. Ao longo dos anos habituámo-nos a ver determinadas figuras a serem investigadas, com fortes indícios de corrupção, e absolvidas por falta de provas, ou até sem irem a tribunal. As coisas são ainda mais evidentes quando esses personagens estão no exercício das suas funções. Quem não se lembra de Vale e Azevedo? Foi preciso deixar a presidência do Benfica para ser julgado e condenado, embora esteja a passear livremente em Londres.

O papel da Justiça é o de julgar com isenção, independentemente dos poderes políticos, económicos ou de outra ordem, como as sociedades secretas. Sociedades essas que têm membros de todas as profissões. A começar nos juízes e a terminar nos jornalistas...

Isaltino Morais foi condenado a sete anos de pena efectiva. Como é um homem hábil tratou logo de levar a Justiça para a rua, dizendo que não reconhece competência às autoridades para o julgar. "

Do blogue Vidas


Pois é, amigo Gavião: mas o problema tornou-se muito mais grave pois não é apenas a política, mas a sociedade em geral que carece de ética. No entanto, se algum remédio queremos encontrar - porque o mal está generalizado, é complexo e o doente está muito afectado - o melhor é começar por algum lado a tratar da cura. Já que parece que a política foi o órgão da sociedade por onde começou a infecção, não seria talvez má ideia começar também por aí a atacar a doença.

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