sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Da ética e da política - I

A perversão que campeia nos actos políticos começa a ser tão grave que, de muitos lados, chegam clamores de alerta avisando para as consequências que esta situação está a desencadear a todos os níveis da governação. Porque, se o que se passa a nível nacional é verdadeiramente vergonhoso, não deixa de ser tanto ou mais desastroso aquilo que acontece a nível do poder local. É que, por enquanto, para a governação a nível nacional ainda existem critérios de selecção que obrigam a que apenas os que possuem determinadas competências possam aspirar a atingir os cargos mais elevados do poder. Mas, o que se passa a nível do poder local é terrivelmente desastroso. As "felgueiras" e os "isaltinos" são apenas a parte visível de um iceberg que ameaça conduzir o país para os abismos profundos do oceano de lodaçal em que toda esta gente parece apostada em navegar.
Já repararam que, a nível do poder local, muitos dos que ocupam cargos importantes, não passam de amadores sem qualquer preparação específica para desempenharem essa função?
Não há muitos anos, havia uma tal exigência no exercício dos cargos políticos que Francisco Sá Carneiro podia clamar, como quem invoca uma regra sagrada ,que "a política sem ética é uma vergonha". Se fosse hoje, a sua frase seria mais um grito de desespero do que a evocação duma forma normal de encarar a política.

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