Publicado no Diário de Notícias de 5 de Agosto de 2009, p. 54.
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No mesmo jornal e no mesmo dia, na página 56, Ferreira Fernandes, na sua crónica "Eleitores condenados a ser sérios", escrevia:
"Isaltino Morais foi condenado. (...) Mas a condenação de Isaltino Morais a sete anos de prisão por se ter aproveitado indevidamente dos seus cargos políticos, já é de outro campeonato. (...) Ele candidatar-se ou não continua a ser problema só dele. Já ele ser votado torna cúmplice cada um dos seus eleitores. Desde que, há mais de meio século, Adhemar de Barros foi eleito governador de S. Paulo com o lema "Roubo mas faço" se sabe que há eleitores para tudo. Se calhar pouco se pode contra isso. Mas, pelo menos, faça-se sentir aos cúmplices que nem todos são da laia deles. Exaltemo-nos contra os que se isaltinam".
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Desde a inocência crítica da velha senhora dos bonequinhos, até ao realismo irónico da crónica de Ferreira Fernandes, encontramos cada vez mais vestígios da falta de paciência que começa a haver com corruptos e corruptores, desonestos e oportunistas, ladrões e aproveitadores. Talvez as coisas estejam a mudar e os isaltinos comecem finalmente a saltar dos tribunais para as cadeias. Isto se a nossa justiça resolver finalmente começar a funcionar. Para já, convém que, nós eleitores, nos impunhamos o dever de sermos sérios e decentes para darmos a nossa ajuda na moralização tão necessária da nossa sociedade. Digo "nós eleitores" referindo-me apenas aos que não estamos dispostos a tornarmo-nos cúmplices das manhas e tretas em que os isaltinos desta vida nos procuram envolver.
3 comentários:
Eu diria mais ...
"Digo "nós eleitores" referindo-me apenas aos que não estamos dispostos a tornarmo-nos cúmplices das manhas e tretas em que os isaltinos desta VILA nos procuram envolver"
Este Ferreira Fernandes tem destas coisas...
Pela manhã Louçã, á tarde Portas.
Pelos caminhos até ao Marquês(do DN/Oliveira) ás vezes acerta.
Como vêm é tão facil...
Cumprimentos
Lá como cá alguma coisa há. Pelo menos há fumos e cheiros no ar que nos deixam muito desconfiados. Creio que certas manhas e tretas passaram a fazer parte da natureza de certas pessoas.
Mas há também as criaturas deslumbradas que, por vaidade, ânsia de poder e de protagonismo, são capazes de vender a alma aos muitos diabos que andam por aí à solta.
De facto isto não vai bem. Ou conseguimos mudar o rumo desta terra ou isto torna-se cada vez mais um inferno.
Olá! Como vão os sacrificados responsáveis pelo poder local desta bela vila à beira-raia plantada?
Suponho que esgotados por tanto esforço ao serviço deste povinho que está sempre no centro das vossa preocupações e é o destinatário dos vossos denodados esforços.
Ainda tive a grande esperança de que vocês desistissem, voltassem para a paz dos vossos lares, para o aconchego afectivo das vossas queridas famílias que tão sacrificadas têm sido pela vossa total dedicação à causa pública. Mas, como por detrás de cada grande homem e de cada grande mulher está sempre uma grande família, são os vossos entes queridos que, pondo de parte o seu próprio interesse, conforto e tranquilidade, vos incitam a continuarem a scrificarem-se no altar desta pequena pátria que é a nossa terra natal.
Bem hajam vocês que, arriscando-se a sairem mais pobres do que entraram na política, sacrificando a vossa saúde, prejudicando conjuges e filhos, continuam heroicamente dispostos a continuarem ao serviço do povinho.
Vocês que com a inteireza da rocha e com a força demolidora da tempestade continuam a pugnar pela união do povo da nossa terra, persitem na luta sem quartel demolindo as velharias que desfeiam a nossa amada vila para construir as modernas belezas e novidades que fazem deste cantinho uma das mais belas pérolas do nosso Portugal. Hossana aos que têm tornado esta terra mais livre, mais justa e mais fraterna. Benditos sejam os que mediante esforços hercúleos vão transformando o concelho, desbravando novos rumos, vencendo mil e uma dificuldades. Que nunca lhes faleça o ânimo, que não lhes faltem as forças nos braços que se lhes mantelham o ritmo normal das batidas dos vossos fortes corações, para que continuem as espantosas obras que ainda hão-de realizar para nosso encanto embevecido, como o que sentimos quando contemplamos o nosso magnífico jardim municipal. Que o destino vos contemple concedendo-vos multiplicados por cem os benefícios que vocês trouxeram a esta terra e a este povo.
Bem-hajam! Que assim seja para todo o sempre!Amém!
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