quinta-feira, 25 de junho de 2009

Porquê este destino?

Há 40 anos atrás, Olivença era uma pobre terra, quase uma aldeia que dava pena a quem a visitava. As edilidades que a têm governado após a restauração da democracia, têm-se empenhado de tal modo no seu desenvolvimento que, hoje, quando a visitamos, verificamos que se trata de uma cidade que respira progresso tal tem sido a valorização cultural do seu património. As muralhas, desde as de origem medieval, até à fortaleza do século XVII, têm sido libertas de obstáculos que lhes tiravam a visibilidade e aparecem agora aos nossos olhos em todo o seu esplendor. Esse trabalho continua e hoje, com os resultados já obtidos, Olivença, Badajoz e Ciudad Rodrigo, em Espanha e Elvas, Almeida, Estremoz, Marvão e Valença, em Portugal, resolveram apresentar uma candidatura luso-espanhola para reconhecimento das fortificações abaluartadas de fronteira como Património da UNESCO.
Perante isto, cabe perguntar, com alguma angústia e perplexidade:
- E Campo Maior, bem como a sua aldeia de Ouguela, também elas fortificações abaluartadas de fronteira que tanto foram valorizadas no passado?
- Culpa de quem, este esquecimento a que foram votadas?
- Quem não fez o que devia para poder acompanhar este movimento?
- Que consequências desastrosas irá ter este isolamento para Campo Maior e para a sua população?
Como quase todas as actividades sociais com incidências no desenvolvimento da economia, o turismo não nasce por geração espontânea. Tem de ser planificado e promovido para que, atraindo visitantes vindos de outras paragens, possibilite o desenvolvimento do comércio e de outras actividades ligadas ao turismo, como por exemplo, a restauração. O turismo cria postos de trabalho e gera riqueza. Os centros históricos, são muito apreciados pelos que, residindo nas cidades do litoral, procuram o sossego e o descanso que lhes propiciam as terras do interior.
Até quando vai ficar parada, numa estagnação insuportável, a vila de Campo Maior?

9 comentários:

Carlos Leitão disse...

Claro que isto não é destino. É o resultado de uma burrindade que, desde há uma dúzia de anos arrasta esta terra para o abismo da parvoíce. Então desde que associou uma certa promotora de espectáculos a todo este pandemónio, Campo maior começou a tornar-se numa séia candidata a receber o título da capital da parvoíce. Porque por mais que lá pelo meio metam uns Davides Fonsecas para disfarçar em anos de eleições, o dinheiro afunda-se para promover festanças e contradanças que nada de cultural acrescentam a esta povoação.

Anónimo disse...

Pois claro. Esta que é a realidade.
Mesmo assim, na inauguração do monumento aos bombeiros, o presidente falou durante um grande tempo das obras feitas. Tanto falou que se esqueceu de falar dos bombeiros que eram os homenageados.

fulano disse...

Fruto da inércia, do desleixo, ou da falta de sensibilidade, de VISÃO, por parte das nossas autoridades, principalmente locais, esta realidade é bem patente na nossa Leal e Valorosa Vila. Deveras que assim é, como diz o Gavião, tantas vilas por esse Portugal fora, dignas vilas que preservam a sua história, a sua cultura, e estão à vista os resultados, e para nossa infelicidade, só temos gente local que olha para dentro, que só olha pró seu umbigo... e que só sabe mostrar “jardins”, “piscinas”, “centros culturais” e afins… coisas que devem existir porque os tempos modernos assim o exigente (progresso, desenvolvimento e bem estar da população) e que causam enaltecimento, próprio de quem não sabe trabalhar sem ser em “autoproveito”.

É por isso e por tudo, que andamos como andamos, que temos o que temos, infelizmente falo, não só a nível local como também a nível nacional. E a questão está na deturpação da condição de “ser político”, mais propriamente, do conceito de política.

É necessário gente arrojada, sem medos, sem interesses, sem complexos, sem objectivos fúteis.

Anónimo disse...

Urtiga ao comentar com alguem das minhas relações, a tua visita à Academia, tive a surpresa de me dizerem que tu és filha dos promotores da dita Academia, a ser verdade, acho curioso este teu texto. Mas quanto ao apoio da Camara, de facto esta como outras inicitivas deveriam ser apoiadas. Mas também é verdade que muita gente vem ecrever para os blogs e jornal de C.Maior, sobre acontecimentos culturais, onde nunca puseram os pés, e pelo que sei são feitos com grande dedicação, esforço, e sem qualquer tipo de remuneração.

Lamium disse...

Senhor Anónimo das 19:40 não se ponha a imaginar coisas tão disparatadas porque já viu como posso eu ser essa pessoa que eu até nem conheço porque até tenho poucos estudos e essas pessoas são concerteza gente com muitos estudos para conseguirem estar à frente de uma coisa tão importante peço-lhe que pense bem e veja que não tem qualquer sentido.

Estou a acordar disse...

É com profunda mágoa que, lendo este texto, chego à conclusão de que vivo num concelho onde, havendo tantas facilidades e tantas oportunidades que o tornam um modelo entre as vilas alentejanas, se está a atrasar tanto no que respeita a questões tão importantes como o património, a cultura, o turismo e a preservação do ambiente.
Mas o que falta afinal a Campo Maior?
Talvez falte uma elite que denuncie de modo claro os erros, a ignorância e a grande imcompetência dos que ocupam o poder local. (Coisa que os autores deste blogue vêm fazendo com empenho e competência.)
Talvez haja em Campo Maior muitos jovens a beber e muitos poucos a saber pensar.Porque não saber avaliar os desmandos dos que estão no poder e passar o tempo a "mandar bocas" contra os que nesta terra criam a riqueza, não passa de uma maneira muito estúpida de ver as coisas ao contrário.
Talvez um dia venham a comprender o significado daquele dito popular que diz: "depois torces a orelha mas ela já não deita sangue".
Raios partam esta geração de jovens velhos sem ambições e sem futuro à qual também eu pertenço.
Não sei muito bem o que quero e posso fazer. Só sei que não quero ficar a pastar neste rebanho.

Anónimo disse...

O grande evento vai ser a inauguração das piscinas complexadas, equipamento sem paralalelo no Alentejo e na Extremadura, segundo as palavras de quem se assume maior do que o próprio Município. Estes senhores ainda não explicaram qual a necessidade deste desbaratar de dinheiro quando com uma carrinha, um motorista, diariamente, se poderiam deslocar os campomaiorenses às Piscinas de Arronches e Elvas, para não falar de Badajoz.Os custos seriam infinitamente menores do que um quadro de pesoal de mais de 20 pessoas, uma dívida a 40 anos e uma empresa virtual, que na prática não é mais do que um filho bastardo dos dinheiros públicos.

Um que percebeu a mensagem disse...

Senhor "Anónimo" das 14 horas:
o seu comentário veio esclarecer algumas dúvidas que me bailavam no espírito. O caso é de uma gravidade extrema. Muito maior do que eu podia imaginar.
Começa a parecer-me que devo a acreditar naquilo que alguns amigos me vêm dizendo e que eu não queria aceitar porque achava a explicação deles demasiado fantasista. Diziam eles que esta louca corrida para diante indica que o presidente já tomou plena consciência de que não vai ser reeleito e está a fazer tudo para deixar o terreno minado ao seu sucessor, jogando por antecipação num futuro regresso como "salvador da pátria".
Um raciocinio deste tipo, além de ser uma maneira turtuosa de pensar, revelaria a maior falta de escrúpulos e uma total falta de consciência pelo mal que tudo isto vai representar para o futuro de Campo Maior.

Anónimo disse...

Pedimos que todos os visitantes deste blog passem se o tempo os deixar pelo blog "Campo Maior Jovem" e votem na sondagem sobre as autárquicas.

Cumps