domingo, 21 de junho de 2009

Em que ficamos?

Durante a sua intervenção, José Carvalho, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, fez questão de "agradecer ao Município de Campo Maior o muito que tem feito pelos seus Bombeiros, o mesmo será dizer o bem que tem feito aos Campomaiorenses", lembrando ainda "todos os Bombeiros, com ou sem farda, que serviram, servem e hão-de servir, acima de tudo, a sua terra e os Campomaiorenses".
José Carvalho disse ainda que o esforço feito pelos Bombeiros Voluntários de Campo Maior, com o apoio de instituições locais, como a Câmara Municipal, levou a que neste momento o Corpo Activo possua uma série de equipamentos indispensáveis ao seu bom desempenho. No entanto, para José Carvalho, há ainda muito para fazer, referindo como exemplo que "Campo Maior merece uma Ambulância de Socorro (...) mas a decisão há anos que está difícil. Campo Maior não merece ser tratado desta forma, somos 10 mil habitantes que estamos encravados dentro da Extremadura espanhola; será por isso que se esquecem de nós?".
Não, não se entende bem que se vá fazer a queixa da falta de um equipamento essencial para a acção dos bombeiros, precisamente no momento em que se está a inaugurar um monumento encomendado a um escultor que é conhecido como sendo um dos que melhor se faz pagar pelas obras que produz.
Não teria sido melhor optar por obra mais modesta e reservar o suficiente para se adquirir esse equipamento?
Mais uma vez se preferiu a ostentação à resolução dos problemas reais em benefício da população.

6 comentários:

Jack The Ripper disse...

Boa tarde

Infelizmente esta homenagem aos bombeiros apesar de justa, foi instrumentalizada para mais propaganda política barata.

Como se diz, não deveria a ostentação dar lugar à resolução dos problemas reais da vila, mas infelizmente desde hà muitos anos a esta parte tem havido investimentos sem qualquer retorno real para Campo Maior.

O próximo vai ser a Feira da Olivicultura. Após várias edições a Feira mantem o mesmo figurino amorfo. Sem dinamismo, sem que o sector do azeite mostre a vitalidade que em Campo Maior deveria ser natural.

Mas com certeza não faltará a foto junto do ministro da agricultura a ser publicada no boletim municipal que sairá perto das eleições.

É a terra que temos? Não...é a terra que nos deixam ter!

Ana disse...

Jack, ou será a terra que deixámos ter?

Jack The Ripper disse...

Ana,

A tua pergunta retórica encerra o cerne da questão. Deixámos, deixam acaba por não ser importante. O importante é dizer Deixaremos? e olha que não falo só nas eleições, falo no quotidiano da nossa vida enquanto cidadãos. Há que mudar atitudes e por vezes pequenos gestos tem valor embora possam parecer que não.

Edgar Cachola disse...

Há aqui, como em tudo o que vem de um determinado sector da via campomaiorense, uma série de mistificações que convém serem analisadas.
Em primeiro lugar, a homenagem é justa e provavelmente pecará por tardia. Sabemos bem porquê agora. Agora, porque muito hipócritamente, é agora que mais convém. Assim vista criticamente a homenagem é mais um subterfúgio para fazerem propaganda eleitoral à custa do orçamento municipal. E vai ser assim até às eleições.
Peca por tardia porque, bem vistas as coisas, a homenagem devia ter como alvo os "bombeiros voluntários" e a verdade é que estes vão tender para desaparecer. As funções que hoje se exigem aos bombeiros são cada vez mais exigentes em conhecimento técnicos e em tempo de serviço. Daí a tendência para o voluntariado estar a ceder lugar à profissionalização. É apenas uma questão de tempo.
Pelas mesmas razões, os equipamentos ao dispor das corporações exigem cada vez maiores investimentos e as boas vontades não bastam para resolver a questão. Daí que as câmaras e o os governos são cada vez mais envolvidos na solução destes problemas.
O problema central é a facilidade com que certos responsáveis pela gestão das coisas públicas, são tão liberais a dissipar o orçamento que deve ser criteriosamente aplicado exclusivamente em benefício do interesse público.
Para quê encomendar o monumento a um escultor tão careiro como o Ribatua?
Para quê tanta ostentação numa homenagem que devia contar principalmente pelo seu valor simbólico?
Para quê fazer isto em benefício propagandistico de uma facção quando muitos sabem em Campo Maior que, na outra facção está gente que já tanto fez para ajudar os bombeiros?
Basta de tanta hipocrisia!
Estamos fartos de tanta aldrabice!
É tempo de pôr fim a tantas e tão descaradas manigâncias.

Nuno disse...

A experiência anterior com outros blogues mostrou-nos a tendência para o abandalhamento que têm muitos dos que aparecem a comentar. Por isso, calculo que o vosso trabalho para seleccionarem os comentários que vão aparecendo está a ter um óptimo resultado. É importante que estes espaços de diálogo não se transformem num absurdo rol de parvoíces, inconveniências e gratuitos insultos à dignidade, ao bom-gosto e à boa educação das pessoas. Por todas estas razões, deixo o meu apoio a este blogue, actualmente aquele que mais me agrada visitar entre os que existem em Campo Maior.

carlos disse...

Não vejo contradição nas palavras do José Carvalho.
Em primeiro lugar agradece à Camara o que a Camara lhe oferece - uma homenagem merecida mas que, vendo bem, reverte mais a favor de quem a faz do que de quem a recebe.

Depois, no seguimento do discurso queixa-se pela falta dos meios que permitiriam aos BV a operacionalidade desejada.

O primeiro é de bom tom e o segundo é uma constatação lógica.

O que não seria lógico era pedir menos estátuas e mais ambulancias.
Para isso estamos cá nós.