sexta-feira, 24 de abril de 2009

Do 25 de Abril

Por mais que me esforce não consigo entender o significado e a vontade de celebração que outros de gerações anteriores à minha atribuíram ao dia por eles proclamado da Liberdade, 25 de Abril de 1974.
Entendam uma coisa: eu não vivi o tempo anterior a esse 25 de Abril. Para mim, essa liberdade formal de poder ler, escrever e fazer coisas que, segundo meu pai me dizia, eram perigosas porque interditas, é a liberdade normal, natural que encontrei quando despertei para as coisas da vida.
Agora, se me perguntam se me sinto plenamente livre, tenho muita dificuldade em responder que sim. Efectivamente, há muitas formas subtis de sonegar, na vida real, as tais liberdades formais conquistadas com o 25 de Abril. Nem sempre digo tudo o que quereria e deveria dizer. Manda a prudência que se seja comedido nas expressão e manifestação de certos pensamentos e sentimentos.
Vivemos na situação efectiva de liberdade vigiada e as consequências de não ter plena consciência disto podem tornar-se muito trágicas se isso incomodar os interesses de certas pessoas.
De facto, a liberdade, como quase todas as coisas da vida, não existe em estado puro. Na maioria das vezes, não passa de um simulacro.
Mas, não querendo ser desmancha prazeres, que VIVA O 25 DE ABRIL!

1 comentário:

fulano disse...

amigo gavião essa prudência que tem "cheira-me" a medo, tal e qual como acontecia antes do 25 de Abril, tal e qual o que o seu pai sentia, e outros...