Contava-me meu pai que, vivendo por essa altura em Lisboa, coubera-lhe a sorte de ter podido participar na primeira comemoração do 1º de Maio, celebrado em liberdade. Passados são 35 anos e a festa de então tornou-se apenas data de calendário a merecer a triste celebração oficial do acontecimento, feito pelos habituais notáveis a quem cabe a obrigação de assinalar enjoadamente estes acontecimentos. Lá irá, à Praça da República, a ensonada banda a tocar o hino, lá estarão os habituais presidentes, que enfastiadamente passearão pelas ruas.
Que é feito da alegria de que o meu velho falava? O sonho parece ter dado lugar ao pesadelo deste quotidiano sem graça em que se tornou a nossa vida, 35 anos depois.
A minha geração não teve estas alegrias. Apenas dispomos das que artificialmente criamos para fingir que, de vez em quando, nos divertimos. É uma geração triste, a minha. Sem certezas, sem perspectiva de futuro que signifique a esperança de dias melhores. É este o tempo que nos coube viver. Dizem-nos “rascas” os que não têm a mínima consciência deste modo “à rasca” que é o nosso viver.
Que é feito da alegria de que o meu velho falava? O sonho parece ter dado lugar ao pesadelo deste quotidiano sem graça em que se tornou a nossa vida, 35 anos depois.
A minha geração não teve estas alegrias. Apenas dispomos das que artificialmente criamos para fingir que, de vez em quando, nos divertimos. É uma geração triste, a minha. Sem certezas, sem perspectiva de futuro que signifique a esperança de dias melhores. É este o tempo que nos coube viver. Dizem-nos “rascas” os que não têm a mínima consciência deste modo “à rasca” que é o nosso viver.
2 comentários:
Eles, os oportunistas que se aproveitaram da liberdade para desenvolverm os seus abjectos planos de poder, mataram o SONHO.
Malditos sejam!
Aí estão os fantoches a celebrar sobre a esperança que eles assassinaram. Vejam como vão anafados, emproados, ridículos nos seus discursos feitos de falsidade. E pensar que alguns deles são filhos do povo humilde que sacrificam às suas ambições loucas de poder. Lá vão marchando ao toque da banda. Pavoneando o seu poder, a sua riqueza feita dos golpes com que foram matando o nosso sonho de liberdade.
Mas novos primeiros de Maio feitos de sonho e de alegria, um dia hão-de voltar.
Só sente o 25 de Abril e o 1º de Maio quem sofreu na pele para que essas duas datas sejam agora dias feriados. E aí não há dúvidas, o PCP é o único partido que tem autoridade moral para festejar. Os outros andaram sempre a reboque para se apropriarem do poder.
Espero nunca ser governado por comunistas, mas também espero que continuem a existir como oposição forte.
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