sábado, 13 de dezembro de 2008

Do património (2)

Casas ainda hoje ocupadas mas que foram construídas para albergar os militares destacados para prestarem serviço na praça militar de Campo Maior.
As condições de habitabilidade deixam muito a desejar pelo que é previsível que, mais tarde ou mais cedo, logo que haja um plano de habitação social em Campo Maior deixem de ser utilizadas pelas famílias que as ocupam. Coloca-se então o problema do destino que lhes será dado. Claro que o abandono será condená-las à ruína.
Estas casas foram construídas no século XVIII, quando da reconstrução da vila, após a sua destruição pela explosão do paiol em 1732.
Foram utilizadas pelos militares até meados do século XIX.
Noutras terras casas como estas têm sido objecto de intervenção e recuperação pelas autarquias, havendo casos em que são destinadas a serviços culturais ou de fomento do turismo.

1 comentário:

rosa disse...

Acho se não me engano que é a primeira vez que aqui entro, me desculpem por meu abuso, mas não resisti a esta foto que me é tão querida e familiar.

Minha casa, minha casa.
Que linda era a minha casa.
O quarto, era enorme, duas camas de casal, aos pés das camas havia há muito tempo vazia uma mala de enxoval.
Entre as camas uma banquinha, banquinha de cabeceira, em cima uma luz fraquinha, alumiando a noite inteira.
Mesmo encostada à paredee e à cama de minha mãe, duas cadeiras fazendo berço, onde o mais pequenininho dormia que nem um rei ao som da reza de um terço.
Lá nas traves penduradas, haviam marmelos, melões, uvas que nos eram dadas, p'rás grandes ocasiões.
Iam-se os olhos no tecto, na esperança que alguma coisinha, viesse a nós de algum jeito, consolar a barriguinha.
Na portinha para a varanda, uma cordice pendurada, tapando o sol que ropmia por entre as fisgas da porta anunciando outro dia na madrugada avançada.
Na outra porta sem porta outra cordice pendia filtrando o cheiro a café que a minha mãe já fazia na velhinha escolateira ao lume na chaminé.
Espreitando pela cordice lindas doces criancinhas, esfregando olhitos de sono desgrenhadas cabecinhas, lá vinham pé ante pé desejosos das minguinhas embebidas no café.
Numa camilha redonda minha mãe ó doce mãe repartia preocupada sartã de miga tostada, não só o quinhão dos filhos, mas o seu quinhão também.
Enquanto isto se passava lá nas traseiras da casa onde o sol batia em brasa, sorria bem altaneira, uma pequena varanda sobre a muralha velhinha, aonde eu era princesa, e a minha mãe, a minha mãe a rainha.
Rosa Guerreiro Dias

Se os poetas te cantam é porque tu encantas;
""Meus quartéis do tronco""
Talvez alguém repare em ti como um bem a preservar.
É um dos meus sonhos! R.G.D.