segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De como os professores rejeitam a avaliação

Será que os professores mais conscientes dos seus deveres deontológicos não ficam profundamente incomodados com textos como o que seguidamente se transcreve?
Será que não sentem alguma vergonha por se deixarem manipular tão descaradamente por agitadores ambiciosos que apenas cuidam de ganhar prestígio para melhor garantirem a sua ascensão nos cargos políticos?
Será que que não se incomodam, ou será que andam tão inebriados do seu poder de contestação que já não têm capacidade crítica para perceberem que estão a ser levados para o que muito convém aos que os conduzem mas que nenhum ganho trará para o seu futuro enquanto profissionais?
Não será que a educação é assunto demasiado sério para ser discutido na rua com gritos histéricos e afirmações que deviam fazer corar qualquer professor consciente das suas obrigações?
"Lê-se com atenção e torna-se difícil de acreditar: a alternativa ao modelo em vigora da avaliação dos professores, que, na sua última versão simplificada, continua a ser rejeitado por uma ruidosa maioria deles, é um documento de auto-avaliação de cada professor para ser apreciado pela respectiva Comissão de Avaliação do Conselho Pedagógico. (...)
No essencial, voltamos aos célebres relatórios dos regimes de avaliação anteriores, que, conjugados com créditos de formação pedagógica para todos os gostos, tão bons resultados davam: Salvo em caso de disfunção cabal, todos os professores sempre foram fracamente bons e mereceram progredir em ordem formada para o escalão seguinte ao ritmo do calendário.
E o Governo, se ceder à desfaçatez da auto-avaliação, dará um grande empurrão par que em 2009 tudo fique igual ao que era ou, quem sabe, ainda pior.
( Editorial do D.N. de 28 de Novembro de 2008)

3 comentários:

Três horas da manhã disse...

Com este "bom exemplo" dos professores, visto pelos alunos, não nos podemos admirar do tipo de manifestações e palavras de ordem das manifestações dos alunos. São mais parecidas do que se possa pensar, não entendo como se desce tão baixo.

Como já se disse por aqui...quem não deve não teme!

Acredito que o governo até leve esta questão avante, porém com as eleições aí à porta iremos ver se a posição dos nossos governantes não muda.

Em suma, poderemos ver através desta situação se de facto o governo é sério na figura da Ministra da Educação.


Cumps

Anónimo disse...

Cumprimento-o pelo desassombro e pela honestidade intelectual. Estamos tão necessitados de recuperar a dignidade das nossas opiniões e atitudes...
Esta gente, massa acrítica, que aje de forma tão insensata, que vai contra os seus próprios interesses, deixa-se conduzir para o abismo como carneiros.
Embora sabendo nós que merecem todo o mal que lhes acontece, porque foram eles que o procuraram, temos de tentar despertá-los, que mais não seja pelo dever de caridade que deve ligar os humanos.

Anónimo disse...

Lamentável toda esta história da contestação dos professores. Esperava-se que fossem mais críticos e com maior consciência profissional. Embarcarem nas posições dos sindicatos, cujos dirigentes só procuram evidenciar-se nos respectivos aparelhos partidários, parece de gente que não tem a formação que é suposto os professores terem, mesmo que atestada por uma instituição de ensino superior.
Depois não venham reclamar que querem ser respeitados e dignificados profissionalmente.