A "Operação Furacão" iniciada em 2005 deitou a mão a um dos mais importantes e influentes homens da banca portuguesa, nas últimas décadas. Era também figura grada da vida política, cavaquista convicto desde o Congresso da Figueira em 1985, com passagem pelo governo como secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, com o ministro Miguel Cadilhe, até ao ano de 1991, tendo passado por cargos da máxima responsabilidade nos mais importantes bancos portugueses como o Finibanco, o Pinto e Sotto Mayor, o BNU e o Banco de Portugal, até entrar no Banco Português de Negócios em 1997, de que se tornou o senhor todo poderoso. Tinha todas as características e vantagens para estar "acima da lei" e poder escapar como nos hábituámos a ver acontecer aos grandes que foram arranjando maneiras de não serem apanhados nas malhas aparentemente "cegas, surdas e mudas" da justiça portuguesa.
Mas, desta vez, um grande banqueiro, José Oliveira e Costa, responsável por um buraco de cerca de mil milhões de euros, acusado, entre outros, dos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança, negócios ilícitos com valores accionários, branqueamentos de capitais, burla qualificada e falsificação de documentos, foi detido e levado a tribunal.
Será desta que vamos ver a justiça portuguesa julgar e condenar sem atender ao poder económico, político e social, aplicando apenas, com justiça e equidade, uma lei que deve ser igual para todos?
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