Já se contam os dias, já se fazem
planos, já se folheiam os programas e ainda se fazem flores. São assim os dias
que antecedem as Festas. Começam a ver-se caras desconhecidas e as caras conhecidas,
mas perdidas, há muito, pelos caminhos da vida.
E mesmo quando abri o Expresso,
encontrei uma reportagem sobre as Festas, com uma visita a uma das nossas ruas.
Páginas antes, no mesmo Expresso,
leio que se vai exibir toda a obra de Jacques Tati, neste final de verão, em
Lisboa e Porto, mas que a mesma obra fica disponível nos circuitos comerciais,
ou seja disponível para municípios que a queiram exibir (ai é? – esta expressão
foi uma mensagem subliminar). O cinema de Tati evoca, muitas vezes, a liberdade
do olhar, passam-se coisas em simultâneo no plano, a câmara não conduz o olhar,
mas antes oferece ao espetador motivos de interesse, decidindo este onde se
fixar.
São assim, também, as nossas
Festas. Há vários motivos para se olhar e vários pontos para dirigir a nossa
atenção. E basta ler esta reportagem sobre a visita ao serão da Rua da Canada.
Várias pessoas, diferentes formas de estar, reunidas num só espaço. Penso que a
cola e os dedos doridos são democráticos, estão em todas as mãos de forma
igual, sejam aristocratas ou não, sendo jovens ou menos jovens. Esta imagem,
que se repete em muitas ruas, dava um plano para um filme do Jacques Tati.
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