Ai está, o cante alentejano já é
património mundial. A Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura acaba de declarar o cante alentejano como
Património Imaterial da Humanidade. Depois do fado e da dieta mediterrânica,
Portugal consegue o seu terceiro reconhecimento nesta área.
Por trás destes reconhecimentos são naturais as
expetativas de que algo possa mudar em algumas das regiões do Alentejo. Assim,
perspicaz, achei o comentário do presidente da câmara de Serpa: “Ao objetivo de
salvaguardar e transmitir o cante, é preciso também começar a pensar em tornar
este ativo cultural num ativo económico, para ajudar a sustentabilidade do
cante e o desenvolvimento da nossa região”.
Por cá, também se sabe, que as Festas De Campo
Maior pretendem submeter-se ao mesmo processo de apreciação para reconhecimento
de património mundial. Não tenho notícias do estado desta pretensão mas seria
muito importante, não só para as Festas mas também para Campo Maior, esta
distinção.
Mas também vos digo, e agora quem ler parecerá que
contradigo o escrito em cima, que estes reconhecimentos de “patrimónios mundiais”,
começam a ser vulgares. Há carpetes búlgaras reconhecidas e até a capoeira
brasileira já está, pelo que me parece que também deverá ser feito um esforço
para diferenciar as próprias Festas De Campo Maior e não ver nesta pretensão
uma glória definitiva. Encontrar essa diferenciação que, ao mesmo tempo,
garanta a sobrevivência das Festas ao longo do tempo e um benefício económico
para Campo Maior é, este sim, o grande desafio.
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