Há muitos anos, nos sábados e domingos, servia-se de sobremesa filmes de
verdade e não amenas comédias românticas, enternecedoras mas de um sabor sem
sabor. Tropecei, por acaso, entre os muitos canais do cabo, por um destes
filmes: “O homem que matou Liberty Valance”. O filme é do John Ford, um gigante
do género western, e junta no mesmo filme, John Wayne e James Stewart. A história
também é de amor, pois ambos disputam a mesma mulher, sendo que um deles
terminará matando o mau da fita. Poderão dizer alguns dos leitores que tenho
tanto gosto para filmes como ouvido tinha o Van Gogh para a música no entanto
John Ford também traz para a tela um outro conflito, o de um homem que sendo
advogado quer trazer o conhecimento e a lei ao oeste duro onde impera a lei da
armas. Quando via o filme não pude deixar de pensar nas palavras de Ângela Merkel.
Quando se deve dinheiro sujeitamo-nos a que outros venham a dar palpites e a
Merkel vai dai e diz que Portugal tem licenciados a mais. Acontece que apenas
17% da população portuguesa entre os 25 e 64 anos têm um grau superior quando a
média da OCDE é de 32%. E sendo verdade que muitas vezes a oferta da mão de
obra está desajustada da procura, também é verdade que a cultura não se esgota
na empregabilidade mas também esgota a edições de Heine, Schiller ou Goethe ou
os pensamentos de Hegel ou Heidegger. Além disso a qualidade dos licenciados
portugueses é inquestionável pois muitos trabalham e são escolhidos,
precisamente, por empresas alemãs. Mas enfim, os palpites são coisas da Merkel.
No filme o advogado ensina a rapariga a ler e ela acaba por ficar com ele. Coisas
do John Ford!
Não concordo (51): Uma insólita decisão
-
*1.* Penso que não tem precedente uma decisão judicial, como esta, em que
provavelmente o STA (embora a notícia não o esclareça) ordena à AR a
correção d...
Há 8 horas
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