Falo-vos, hoje de um cigano, de um cigano francês que acabou por se tornar
o artista europeu mais conhecido fora da Europa. Guitarrista, fazia do cante e
toque do flamenco andaluz uma arte de génio. Fora dos palcos a sua vida era de
caos, teve 23 ou 24 filhos, alguns não reconhecidos, das muitas mulheres que
amou. Reclamou para ele uma mulher a mais que Georges Simenon, por isso
quedou-se pelas mil e uma. Morreu esta semana, pobremente, num lar modesto
depois de esbanjar fortunas.
Falo-vos deste caos mas, passando os olhos pela imprensa parece que a
desordem está por muitos lados: agentes da polícia judiciária que sabotam
sistemas informáticos da justiça, altos cargos envolvidos no tema dos vistos
gold, um político espanhol que viajava para as Canárias ter com namorada à
custa dos contribuintes, e já não falo do robot Philae, enviado a um cometa e
que fica sem pilhas para mandar informação.Podem até dizer que o caos é a ordem por conhecer mas há momentos que
parece que chegámos ao fim.
Chamaram-lhe “Manitas de Plata” porque “Manitas de Oro” já havia um: o grande
guitarrista clássico espanhol Andrés Segóvia. Há momentos que o mundo parece
estar em ordem.
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