segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Manitas de Plata

Falo-vos, hoje de um cigano, de um cigano francês que acabou por se tornar o artista europeu mais conhecido fora da Europa. Guitarrista, fazia do cante e toque do flamenco andaluz uma arte de génio. Fora dos palcos a sua vida era de caos, teve 23 ou 24 filhos, alguns não reconhecidos, das muitas mulheres que amou. Reclamou para ele uma mulher a mais que Georges Simenon, por isso quedou-se pelas mil e uma. Morreu esta semana, pobremente, num lar modesto depois de esbanjar fortunas.
Falo-vos deste caos mas, passando os olhos pela imprensa parece que a desordem está por muitos lados: agentes da polícia judiciária que sabotam sistemas informáticos da justiça, altos cargos envolvidos no tema dos vistos gold, um político espanhol que viajava para as Canárias ter com namorada à custa dos contribuintes, e já não falo do robot Philae, enviado a um cometa e que fica sem pilhas para mandar informação.Podem até dizer que o caos é a ordem por conhecer mas há momentos que parece que chegámos ao fim.
Chamaram-lhe “Manitas de Plata” porque “Manitas de Oro” já havia um: o grande guitarrista clássico espanhol Andrés Segóvia. Há momentos que o mundo parece estar em ordem.


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