Acompanhei o assunto Escócia à distância que me impõem, obviamente, os quilómetros
mas também deixando de lado alguma simpatia que pudesse ter pelo Braveheart ou
até pelo melhor 007, Sean Connery, também ele grande defensor da causa escocesa
independentista.
No fundo a sociedade escocesa escolheu um sistema que já conhece quando a
alternativa não era clara: não se sabia que moeda utilizaria nem se ficaria no
seio da União Europeia sendo que muitos afirmavam que teria que pedir novamente
a adesão. Socialmente pouco teriam a ganhar os escoceses sendo ambas
alternativas livres e desenvolvidas. A diferença esteve no plano, nos objetivos
já conhecidos e partilhados pelos escoceses e ingleses. Em qualquer parte, até
mesmo numa localidade como a nossa é necessário um plano, um conjunto de
objetivos a prazo sob pena de definharmos.
E nisto de planos e heróis de independências gostava de vos falar de Guilherme
Tell, este na Suíça. Corria o século XIV quando o tirânico Gessler, governador
da Suíça, a mando da Aústria, mandou colocar na praça uma vara com um chapéu símbolo
dos Habsburgos. Todos os que por ali passassem deviam prestar reverência. Mas Guilherme
não obedeceu e como castigo teria que acertar numa maçã colocada na cabeça do
seu filho a uma distância de 120 passos. Assim fez, com a sua precisão de
excelente atirador. Tell acabaria por ser expulso mas voltaria para libertar a Suíça
e com um plano que todas as crianças suíças sabem de cor:” auxiliar o próximo
com trabalho ou bens, com assertividade e resolução contra todos aqueles que
infligem a violência, molestam, magoam e conspiram o mal contra pessoas e bens”.
Há quem diga que Guilherme Tell nunca existiu, que foi uma lenda, no entanto, o
plano permaneceu. Nós também tivemos a nossa personagem onírica: a Padeira de
Aljubarrota. No entanto, por vezes acho que não temos plano!
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