Tem havido muita leitura sobre a I guerra mundial visto estar a cumprir-se
um século do seu começo. Numa desses leituras históricas mais que os horrores
da guerra também dediquei algum tempo a ler sobre acontecimentos que parecendo
menos importantes foram, não só de relevo, mas positivos noutras áreas.
Assim a necessidade de integrar tropas das colónias de África abriu as
portas à igualdade entre raças. Por outro lado a necessidade de integrar as
mulheres como substituto da mão de obra masculina deu, depois da guerra, mais
motivos e impulso à luta pela igualdade entre sexos, apesar de, mesmo nessa
altura, se ter negado o direito ao voto. A mulher teve um papel muito
importante seja na mão de obra, seja na organização de hospitais ou instituições
que tinham como objetivo dar moral aos soldados da frente. Foram criadas então
as Madrinhas de Guerra ou o Grupo de Damas Enfermeiras Auxiliares da Cruz
Vermelha.
E, vejam só, havia humor nas trincheiras e até expressões que ainda hoje
aplicamos. Por exemplo chamavam Rebuçados às balas e Luísa à metralhadora
ligeira Lewis. E quando os ingleses chamavam os portugueses com “Come on”
ficaram logo os camones.
Off-topic – Também li por ai que há concelhos onde todos os anos os pais
dos alunos que entram para a ensino
procuram a escola onde pensam estar o melhor professor. Esta procura é legítima
e nota-se, desde logo, a incapacidade da escola de dar aos alunos um ensino homogéneo.
O fator de residência como critério de distribuição contribui para que esta
procura ainda seja residual. No entanto, quando nesses concelhos passar a haver
uma só escola esse critério desaparecerá. Espero que nessa altura não se ceda à
tentação de fazer turmas com “Meninos Bonitos” e turmas para os “Outros”. Isto
dos “Outros” fez-me lembrar a ilha dos “Perdidos”. A escola pública está a ser
alvo de um grande ataque e quando discriminar e selecionar ela própria morrerá.
E mesmo que pensemos estar numa ilha não estamos “Perdidos” embora na série
eles todos já estivessem mortos.
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