segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Olhe que não...Olhe que não!

Quando em 1960 o debate televisivo entre Kennedy e Nixon impulsionou a campanha do primeiro para a vitória, ficou claro que os media tinham, cada vez mais, uma enorme importância sendo algumas vezes decisiva.
Entre nós tornou-se célebre uma frase de Álvaro Cunhal que, em pleno PREC, e quando interpelado por Mário Soares sobre as intenções do PCP ripostou com “olhe que não…olhe que não”.
Esta sexta-feira quem sintonizou a rádio Elvas pode ouvir ao debate entre os candidatos à câmara municipal de Campo Maior. Por um lado surgiu Ricardo Pinheiro tendo oportunidade de explicar alguns projetos para o novo mandato a que se candidata bem como defender e explicar alguns dossiers pendentes do mandato que finda.
As intervenções dos restantes candidatos foram pintadas com cores distintas. O candidato do Partido da Terra esteve mais nervoso do que seria de esperar para um candidato com a sua experiência. O candidato da CDU esteve na sua postura habitual: genuína e frontal. Esteve bem quase sempre e contra atacou o candidato do Partido da Terra quando este apelou ao voto útil. Foi o “olhe que não “ de António João Gonçalves. Para Arnaldo Trindade o respeito de quem apanha o PSD numa fase difícil e que aceita o desafio. Várias vezes tentou fazer o debate com o eixo do PS-PSD a nível nacional. Apesar do respeito que merece vê-se, claramente, que é um peixe fora da água. O grande ausente foi Joaquim Gordo do Bloco de Esquerda. O sempre combativo líder dos bloquistas de Campo Maior daria com certeza uma cor ao debate mais intensa.
Por temas destaco o sempre quente Mártir Santo. Troca de acusações, troca de mimos, mas quando o atual presidente pediu aos restantes candidatos que apresentassem a sua proposta concreta nenhum a apresentou havendo uma unanimidade tácita de que a solução é difícil ou, diria eu, uma unanimidade tácita de que a melhor solução não é aquela que, politicamente, rende mais votos. A campanha continua…

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu sei que determinadas atitudes e posições políticas são colocadas, a nível nacional, como dogmas incontestáveis por determinados partidos.Entre eles o mais intocável é o do PCP considerar o PS como o seu principal inimigo. E cumpre-o com tal sanha que não hesita mesmo em abrir caminho à direita para satisfazer o seu ódio de estimação.
Isto que para alguns pode parecer coerência, a mim parece-me de uma extrema inconsequência. Como em tudo, também na política, tanto é censurável a autoria como a cumplicidade na facilitação.
A mim parece-me que a assanhada união da extrema esquerda facilitou a queda do governo Sócrates ajudando a abrir as portas para que a "sagrada coligação" da direita se instalasse no poder, com os resultados que estão à vista.

Se isto é mau a nível nacional, pode tornar-se inconcebível a nível local.
Imagine-se que numa terra há um empresário, implicado num partido, considerado como um esteio importante da comunidade em múltiplas situações e em vários campos da vida social.
E imagine-se um partido de forte base ideológica que diz defender a igualdade, a solidariedade e o bem-estar das populações, constituir como alvo central dos seus ataques o referido empresário. Dirão alguns que é estratégia. Mas com que objectivo?
Não é objectivo primordial congregar as pessoas em volta das suas propostas e posições? Será esta a maneira mais eficaz de o conseguir? Não seria mais eficaz apontar baterias para oportunistas, corruptos, populistas e outros "artistas" que andam na política com o único objectivo de se "amanharem"?
Isto sou eu, que nada entendo de política, a pensar...como se entendesse.

Se a primeira precupação

Anónimo disse...

O meu aplauso ao primeiro comentador.
Não há muito a acrescentar. A situação é tão clara que se trata de uma simples questão de inteligência, de boa fé e de coerência.
Mas, há defeitos e atitudes contestáveis no personagem em causa?
Claro que que há e bastantes. Mas todos os homens devem ser avaliados pondo de um lado as virtudes e do outro os defeitos.
Mas, os que colocam uns "antolhos" para só verem parte das coisas,limitam-se a condenar sem trem antes julgado.
De facto, o bom senso é das coisas que Deus, Nosso Senhor, mais mal distribuiu pelas suas criaturas.

Anónimo disse...

O primeiro comentador deixou uma frase a meio, não deixou? Fiquei curioso de saber o que se iria seguir.
Será possível conhecer a continuação?

Anónimo disse...

Tem razão o Anónimo 14:21. Agradeço a chamada de atenção.
São coisas que acontecem. Fui solicitado para outra coisa quando esta a transcrever o texto. Depois, sem reparar, publiquei-o como se estivesse concluído.
Reparo o erro transcrevendo o que faltava:
"Se a primeira preocupação de um partido deve ser ir ao encontro dos interesses, das aspirações e das necessidades das pessoas, evitando divergências que gerem desunião, não parece boa estratégia colocar-se, logo à partida, em oposição àquilo que as pessoas sentem e pensam.
Será talvez por essa má estratégia que, certos partidos, em vez de crescerem, não param de encolher."

Anónimo disse...

Olhe que não… Olhe que não…

"Se a primeira preocupação de um partido deve ser ir ao encontro dos interesses, das aspirações e das necessidades das pessoas, evitando divergências que gerem desunião, não parece boa estratégia colocar-se, logo à partida, em oposição àquilo que as pessoas sentem e pensam.


Com votações na ordem dos 90%, por esse prisma, não teria havido oposição a Hitler, Franco , Salazar…
Deixe entrar um pouco de ar fresco pela janela, enquanto lê o livro ” Contos proibidos do Rui Mateus.

Anónimo disse...

É a minha vez de dizer,

Olhe que não… Olhe que não…

Porque se é verdade que os grandes criminosos se instalaram simulando uma estratégia de dizer o que os povos, em situação de desespero e de rotura, queriam ouvir, foi porque contrariaram o sentir, o interesse e as aspirações dos povos que acabaram por cair.
É a dialéctica, meu caro, é a dialéctica...

Anónimo disse...

Dialécticas …

…é a arte dos poderosos – há séculos - enganarem o zé povinho com sorrisos, e com dialecticas filosóficas a que nós os brutos, chamamos falinhas mansas.

E meu caro, “eles” não caiem, são substituidos. É verdade que alguns deixam de simular , para convenientemente dissimularem romanticamente ao virar da esquina.

O meu conceito da dialéctica é a realidade,nada do e com “abstratos”.
Aprendi muito bem as lições, nas sessões de esclarecimento que a GNR faz, para que nós os velhinhos não nos deixemos enganar pela dialectica dos farsantes .