Bastou o jardim
estar florido, bastou umas quantas flores em papel para se sentir o aroma a
Festas.
Este
acontecimento anual tem duplo efeito. Por um lado, coloca na memória as nossas
Festas, por outro dá outra dimensão à Feira de Agosto reconciliando os
campomaiorenses com este evento quase condenado ao esquecimento.
É certo que a
oferta da feira é pouco diversificada. Mas feira que é feira tem que ter o brinhol,
os soutiens e a lingerie de gola alta ou não, e claro está, a moda do ano,
aquelas calças aos padrões espalhafatosos.
Mas até por isso
pode ser uma brisa de verão. “Brisa-me” dizia a Marilyn Monroe antes de passar
por cima da grade de uma saída de ar do metro e o sopro deste levantar o
vestido branco com pregas deixando, em suspenso, a visão da lingerie de gola
alta ou não. Todos os cinéfilos recordam essa cena. Como se vê, as coisas não são
o que parecem, uma pequena brisa pode muito bem perdurar para sempre.
Durante muitos
anos esqueceram-se as Festas, nos anos em que tal não eram celebradas, durante
muitos anos esqueceu-se a Feira deixando-a definhar numa lenta agonia. Os
campomaiorenses saem à rua procurando a brisa das suas tradições, o Jardim
Florido é essa lufada de ar fresco nas noites quentes de Agosto. Que o Jardim
Florido perpetue a memória das Festas das Flores, estas sim, a nossa verdadeira
e mais genuína tradição.
6 comentários:
Vis mentiras...
Grandes verdades!
"Ignorantia differt ab errore"
Diziam os latinos com todo o rigor da sua língua capaz, como nenhuma outra, de sintetizar em poucas palavras muito pensamento.
Claro que o "Jardim Florido" reanima a feira moribunda de Agosto e recorda o que de mais espectacular foi criado pela cultura campomaiorense
- As Nossas Festas.
Será ignorância não compreender isto.
Será erro mal intencionado compreender isto e negá-lo por razões outras que não o valor do facto em si mesmo.
Enfim, cada qual é como é, como dizia meu avô quando achava que não valia a pena mais conversa.
"Felix qui potuit rerum cognescere causas" (Feliz o que pode conhecer a causa das coisas).
Aproveitando a boleia latinista do Anónimo 12:39, por um lado,para desenferrujar o pouquíssimo latim que pude aprender e, por outro, porque é sempre bom pensar e ajudar os outros a pensar, venho corroborar a opinião expressa.
Se é verdade que "ignoti nulla cupido", o que traduzido quer dizer (não se deseja o que não se compreende),é sempre louvável a intenção de fazer melhor compreender para levar os outros a melhor estimarem aquilo que, de facto tem sã intenção e real valor.
Desculpem-me mas julgo que, sem presunção, acho que entre nós se fala demais pensando de menos.
Talvez um pouco menos de "latim" e digam ao que vêem. Se lembrar as "Nossas Festas" é um jardim "pouco" florido, cheira a propoganda eleitoral. Se lembrar as "Nossas Festas" é promovê-las é um deserto de idéias e pessoas. Se lembrar as "Nossas Festas" é continuar tudo na mesma, então em frente, que atrás há-de vir gente.
Em 2014 não há eleições! autárquicas!
Estou a gostar muito da feira. Lá se deu vida a esta feira que, noutros tempos, estava adormecida, quase morta. Não percebo o papel do comboio, ou melhor, do trajecto do comboio. No entanto, rende e a viagem é barata. Parece um comboio de tontos. O comboio apita e os tontos gritam e levantam os braços, numa demência estonteante.
Mudando de assunto, há um stand que promove o projecto "Campo Maior, vila solidária da Europa". É interessante a ideia. Aconselho vivamente a visitarem e a pedirem informações acerca do projecto. Mais do que festas e festinhas, é importante combater-se o desemprego. Informem-se. É o que faz falta - informação. Porque muitos dizem que nada se faz.
Beijinhos à prima!
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