quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Frau Merkel em terras de Camões


Erros meus, Má Fortuna ,Amor ardente
Começa assim um soneto de Camões onde o poeta expressava as suas angústias amorosas. Com angústia também foi recebida esta semana Angela Merkel. Aquela a que muitos chamam a nova Bismarck, aquela a quem consideram a mulher alemã mais poderosa desde Catarina a Grande, que se tornou czarina da Rússia, aquela que é retratada, por exemplo na Grécia, com uniforme nazi. As razões destas caricaturas estão no facto de Frau Merkel insistir nas políticas de austeridade que tanto nos fazem encolher os nossos rendimentos. E Frau Merkel disse na sua passagem que Portugal não precisa de mais tempo para pagar a dívida.
Entre nós também não deixou de haver quem a culpasse do mau bocado pelo qual passamos, não deixou de haver movimentos mais ou menos românticos acusando Merkel de fazer de Portugal a sua coutada. Mas será que Merkel tem culpa? Penso, e já tenho aqui dito, que ela deveria aliviar as políticas de austeridade procurando medidas para aumentar o crescimento mas não a culpo de “Erros nossos” cometidos no passado e no presente.
Exemplo destes erros li esta semana, no Expresso, na última página, quase a passar despercebido, que o Governo aprovou uma proposta de lei que consagra o regime das entidades intermunicipais, um novo nível da Administração Pública que fará nascer mais de cem cargos dirigentes, todos remunerados. No mesmo artigo, em jeito de comentário diz-se que estes cargos estão desenhados para autarcas que já não se podem candidatar por atingirem o limite no cargo de presidente. E pergunto eu? Até quando vamos culpar os outros dos nossos erros? E continua o soneto de Camões…
Em minha perdição se conjuraram;

Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o Amor, somente.

5 comentários:

Unknown disse...

Essa donzela quer fazer o mesmo que fez Hitler e está a conseguir sem o recurso a armas.

" Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta."

Anónimo disse...

Deixo, como comentário, pela positiva, uma leitura atenta do último post, do blog - Rio Xévora.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Deixaria, como comentário, pela positiva, uma leitura atenta do último post do blog - Rio Xévora.

Anónimo disse...

“Erros nossos” Salvo seja! Eu não escolhi nenhum dos anteriores (des)governantes! Em maioria absoluta, relativa, coligação ou arranjinho toranaram Portugal e a Europa num local bem pior para se viver! Com nobel da paz? Deitaram o muro a baixo e contruiram milhetos deles! Abraço, PG