sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Natal é quando o Passos quiser!

A Flexibilidade laboral resolve ou causa mais danos? As quebras nos salários reais e nos subsídios de desemprego reduzem a receita disponível e isso torna a recessão mais intensa.
As teorias económicas são muitas vezes enviezadas pelas políticas ou, dito de uma melhor forma, pelas necessidades dos políticos mas há, no entanto uma teoria que tem sido muito influente nos últimos tempos. É a teoria das “áreas ótimas de câmbio”. Em poucas palavras, esta teoria diz que, quando os países-membros de uma união monetária sofrem um choque negativo (ou seja, uma perda de competitividade) precisam de flexibilidade de salários e preços e/ou mobilidade do trabalho para lidar com este choque. Sendo assim o que se tem vindo a assistir é que os países tem vindo a introduzir reformas para flexibilizar o mercado laboral. No entanto estas medidas deveriam ser escalonadas e adequadas ao prazo de intervenção. Assim, se a médio prazo estas medidas tenderão a ter efeitos na competitividade de um país, no curto prazo vão aprofundar a recessão. Qual é a resposta? O pragmatismo deve ser a resposta. As reformas estruturais que fazem sentido para enfrentar choques estruturais (competitividade), mas que intensificam a recessão, devem ser calendarizadas, isto é, as reformas devem ser adiadas até que a economia recupere. Eric Maskin, Prémio Nobel de 2007, tem esta frase: “A Austeridade tem que ser gradual”. Por cá gradual parece ser a recuperação do subsídios de férias e de natal dos funcionários públicos. Lá para 2015…o Natal é quando o Passos quiser!

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