Não é uma metáfora sobre o futebol. Foi mesmo dia de São Patrício no dia 17. São Patrício é o padroeiro da Irlanda, país este, que é o nosso principal “compagnon de route” na crise e nas ajudas financeiras.
Muitas vezes pergunto porque a Irlanda está nesta situação sendo o único país fora do Sul da Europa. Será pelas suas raízes católicas? Será culpa de São Patrício afinal?
Não importando as raízes do problema, a Irlanda é um país muito simpático e tem alguns nomes incontornáveis da cultura mundial. Um deles é Samuel Beckett, que utilizava bastantes metáforas nas suas obras e tem em “Esperando por Godot” a sua mais conhecida. Quem conhece esta obra, sabe que duas personagens encontram-se para esperar por Godot e enquanto isso travam um diálogo absurdo.
Também eu poderia fazer uma metáfora pensando nestas personagens como sendo Portugal e a Irlanda que esperam por algo, por entrar, finalmente no grupo dos países mais desenvolvidos da Europa. Enquanto isso, pelo menos aqui em Portugal, travam-se guerras absurdas. A última, a da Reforma Administrativa, com o governo a adiar e o discurso, pouco espesso da oposição, demagogicamente a apregoar, que é uma lei apenas para fechar freguesias. “Nada a fazer” – que por sinal é a primeira frase da obra “Esperando por Godot”.
Muitas vezes pergunto porque a Irlanda está nesta situação sendo o único país fora do Sul da Europa. Será pelas suas raízes católicas? Será culpa de São Patrício afinal?
Não importando as raízes do problema, a Irlanda é um país muito simpático e tem alguns nomes incontornáveis da cultura mundial. Um deles é Samuel Beckett, que utilizava bastantes metáforas nas suas obras e tem em “Esperando por Godot” a sua mais conhecida. Quem conhece esta obra, sabe que duas personagens encontram-se para esperar por Godot e enquanto isso travam um diálogo absurdo.
Também eu poderia fazer uma metáfora pensando nestas personagens como sendo Portugal e a Irlanda que esperam por algo, por entrar, finalmente no grupo dos países mais desenvolvidos da Europa. Enquanto isso, pelo menos aqui em Portugal, travam-se guerras absurdas. A última, a da Reforma Administrativa, com o governo a adiar e o discurso, pouco espesso da oposição, demagogicamente a apregoar, que é uma lei apenas para fechar freguesias. “Nada a fazer” – que por sinal é a primeira frase da obra “Esperando por Godot”.
2 comentários:
A propósito de metáforas…
“É um bom exemplo, talvez extremo, do que podemos ler ou ouvir todos os dias seguindo grande parte dos jornais ou das emissoras de rádio localistas e regionalistas: o culto da «figura grada» da terra, transformada em símbolo que supostamente a eleva diante das outras. É normalmente alguém que por aquelas partes passeou um pouco de poder e em consequência algum dinheiro. O doutor, o comendador, o industrial, o benemérito que, para o espaço da aldeia, da vila, da pequena cidade, da pequena mente, substitui sem hesitação o escritor, o poeta, o artista, a figura da ciência ou da cidadania, preenchendo preferencialmente as placas toponímicas e as colunas das folhas locais.”
Escrito por Rui Bebiano no “Terceira noite”.
É evidente o sentido da sua metáfora. No entanto devo dizer-lhe que é uma metáfora que está gasta. Na admiração das pessoas cabe o doutor, o comendador, o idustrial, o benemérito mas também o escritor, o artista, a figura da ciência ou da cidadania. Basta para isso que se elevem acima da mediania e do pensamento acorrentado ao passado
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