quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Juventude Perdida?

Para os jovens comprar casa tornou-se mais difícil, encontrar emprego ainda mais…
Dizer que são tempos difíceis para os jovens é um lugar comum. Nunca gostei de lugares comuns, mas é comum pensar nos jovens como os que procuram casa e os que procuram o primeiro emprego, depois de concluído um curso universitário.
A verdade é que associamos este estereotipo à juventude de hoje, e confesso que também caía neste erro. No entanto, encontrei um novo tipo de juventude, uma que não trabalha e nem estuda. Não encontram emprego porque também não o procuram e não procuram casa porque estão muito bem em casa dos pais. Basta que tenham acesso a uma série de pequenos luxos como telemóveis e algumas roupas para encontrarem a felicidade já que tudo o resto é – lhes garantido quase por decreto.
E as causas disto quais são? Um país sem oportunidades? Um sistema de ensino baseado no facilitismo ou se preferirem um sistema de ensino romântico, tal como diria o Nuno Crato no seu livro “O Eduques”? Ou o que é mais inquietante será por serem uma geração cujos pais já não viveram em pleno os rigores da ditadura?
Muitas considerações sociológicas se podem fazer acerca disto, mas a realidade é que o mundo não pára para estes jovens e algum dia terão de se confrontar com a dura realidade!

1 comentário:

Anónimo disse...

Realidades duras…

O Decampomaior sabe, que as desigualdades sempre foram o pão nosso de cada dia nesta terra.

Ontem como hoje , sempre houve os que trabalharam demais e nada têm; os que nunca nada fizeram e tudo têm ; e aqueles que vivem (ram) sempre na babugem destes, esperando pelas côdeas debaixo da mesa.

Antes, havia escapes : na agricultura, na pastoricia , na construção … e antes dos lobis - dos Pingos Doces e Continentes mandarem proibir – criava-se no quintal, um porquito, uns “franganitos”, plantava-se umas batatas , alfaces e por aí fora.
É verdade que tinha-se como prémio o analfabetismo; como sobremesa um copito de bagaço na taberna; onde se cantava a tristeza ; contava-se anedotas ; alinhava-se uma desgarrada ; e cantarolavam-se tragédias em versos de poetas populares, em profundos e lacrimejantes “fadinhos”… antes deste se tornar património dos ricos, e alguns pobres - que pelo facto de serem “embriagados” numa noite por aqueles - já se julgam não ser.

É claro que em termos comparativos ,há jovens em piores circunstancias que os nossos. Basta fazer-se pela net , uma incursão ao “corno de África “ onde morrem dezenas de milhares de pessoas por fome - e por outros factos que tenho a certeza que conhece - abandonados á sua sorte, esquecidos miseravelmente por todos os orgãos comunicação - excepto quando acompanham Brad Pitt ou Angelina Jolie para ganhar prémios de fotografia - e (pasme-se) desprezados até, por aqueles “que mesmo no seu conforto que em grande parte a eles se deve” deveriam ter obrigação de lhes rezar um Pai-Nosso, e chamar diariamente a atenção do mundo, do interior luxuoso dos seus templos.

Poderá dizer-se: Isso é lá do outro lado do mundo e não é nada connosco . Pois é. È tanto do outro lado do mundo como - é já em insensibilidade - a distancia entre o mundo de Lisboa e os nossos idosos e jovens aqui, e como amanhã será entre os nossos vizinhos, senão mesmo já agora, como em certos casos - que se tentaram esconder – mas que mesmo assim são do conhecimento geral.

Massacram-nos os tímpanos agora : … é a globalização sem regras !

E alguma vez tivemos regas para todos ? Quando todos tinham acesso ao dinheiro fácil, para a compra de casa, carro, viagens, férias, o regime não era idêntico, ao que é hoje a economia de um qualquer casino ?

O problema não está nos jovens se encostarem aos pais. Dão-lhe alternativas ? Veja-se as estatísticas (exceptuando a Finlândia ) e não é o que está acontecendo em toda a Europa ?

Nem eles quererem telemóveis e roupas de marca . Não é o que a publicidade a toda a hora lhes incute ? O poder da vaidade da posse ?

O problema Decampomaior, está como sempre esteve - agora mais acentuadamente porque os recursos começam a escassear, a população a aumentar, e muitos países a “abrir” os olhos - na exploração desenfreada de quem produz a riqueza , e das mais valias do seu trabalho, se concentrar mafiosamente em cada vez menos pessoas.

Um dia discutiremos as guerras, e os seus porquês !

Como a noite vai ser longa …Jantemos !