Desde que a crise começou, já no ano de 2008, temos passado por várias fases, opiniões filosóficas ou como diria eu contradições irónicas. Quando a crise começou e se descobriu que os mercados transacionavam produtos sem qualquer valor ou contrapartida real houve quem dissesse que era o fim do capitalismo. Os anos do liberalismo iniciados nos anos 80 com Reagan e Thatcher tinham criado uma crise financeira só comparável à da Grande Depressão de 1929. Nessa altura havia que dissesse que deviamos tirar os livros de Karl Marx da gaveta pois deviam ser novamente lembrados.
Com a continuação da crise, assistiu-se um pouco por toda a parte, acções que confirmavam essa ideia. Intervenções do Estado com nacionalizações a lembrar países e revoluções socialistas.
Numa fase posterior, quando a crise passou de financeira a económica, começou a inverter-se a situação. Passámos a ver políticas para reduzir défices públicos o que fez com que muitas vozes se levantassem favoráveis à redução do peso do Estado na economia. Ora aqui está a ironia porque quando os bancos começaram a falir e os mercados castigaram até os privados foi ao Estado que se teve de pedir ajuda para que toda a economia não ruisse. Mas a suprema ironia li-a, na imprensa. há alguns dias atrás. António Borges, recentemente eleito, Director do FMI para a Europa afirmou: "A Solução está nos Mercados!".
Sem comentários:
Enviar um comentário