quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Centro Escolar - Siripipicamente Estratégico

Que me perdoe o Cardeal Siripipi por este título, mas depois de ler no seu blog um post sobre o Centro Escolar peguei no mesmo para desde o Decampomaior dar a minha opinião.
Antes de mais agradeço ao Siripipi esta informação que desconhecia sobre a construção de um Centro Escolar e sobre o facto de Campo Maior ser dos primeiros concelhos a ter uma Carta Educativa. Gosto de ver Campo Maior nos primeiros lugares! - é o que, numa primeira, sensação tenho para dizer.
Onde discordo, e já o fiz, saber em comentário colocado no seu Blog, é que o Cardeal Siripipi envolve este Centro Escolar numa decisão plena de visão estratégica. Ora, na minha modesta opinião a construção do Centro Escolar, só por si, não acrescenta muito aquilo que temos. Para mim estratégia seria por exemplo, ter como objectivo que a Escola Secundária de Campo Maior ocupasse um dos cinquenta primeiros lugares em termos de resultados dos exames nacionais. E a partir daqui, envolver várias instituições: a escola, a autaquia, as associações de país e desenvolver um plano estratégico que permitisse alcançar tal objectivo. Que recursos são necessários? Que meios necessitam os Professores? E os alunos? Envolvam-se as Ana(s) Maria(s) Videira(s) e as Manuela(s) Tome(s) só para citar algumas professoras do meu tempo, junte-se-lhes os Fernando(s) Antunes...crie-se um espírito "old school" numa escola moderna, com ambição que os resultados vão aparecer!

8 comentários:

Um professor disse...

Com certeza poderei concordar que lhe assiste uma certa razão. Porém, quer-me parecer que coloca como início o que deve ser consequência. Repare que estando fisicamente separadas as escolas do 1º ciclo em 4 edifícios, distantes entre eles, acontece, de facto, que funcionam sem muita coordenação, desenvolvendo muitas vezes projectos autónomos e envolvendo-se pouco em actividades conjuntas. Neste sentido, não deixa de ser estratégica a sua unificação. Isso dará a este ciclo maior capacidade de intervenção em termos de agrupamento e de articulação com o 2º ciclo.
Neste sentido, pode tornar-se estratégica em termos educativos esta decisão.

professora disse...

Amigo Jack:
"Uma coisa é uma coisa e outra é outra coisa", como soe dizer-se.
Ambas são importantes.
Esta será estratégica da perspectiva do 1º ciclo e das crianças que o frequentam. Já reparou na miserável desolação dos espaços de recreio e de educação física das escolas (ditas do centenário) de Campo Maior? Terrenos desolados, sem equipamentos, que se transformam em impraticáveis lamaçais quando chove.
A junção de todos os espaços dispersos num só, permite equipá-lo de forma mais apropriada. Juntar os professores desse nível escolar no mesmo espaço físico, possibilitará uma melhor coordenação.

Jack The Ripper disse...

Caros Professores,

Dizem bem "uma coisa é uma coisa e outra é outra coisa"

É claro que os edifícios e os equipamentos têm que estar em bom estado. Eu próprio "beneficiei" do tal lamaçal.

Mas não se constroem edifífios para haver mais coordenação. A boa coordenação nasce da boa comunicação. Vivemos na época da comunicação à distância, não necessitamos da proximidade física para nos organizarmos.

siripipi alentejano disse...

Amigo Jack
Não pretendo ser mais Papista que o Papa, mas eu já tive o cuidado de num comentário separar as duas situações - Construção do Centro Escolar e a vertente Educativa - se a primeira vai ser uma realidade, a segunda vem por inerência. O Ministétio da Educação tem departamento dotados de excelentes Pedagogos (um dos seus melhores Técnicos nesta área é Campomaiorense) e obrigação de
preparar programas curruculares que melhor se adaptem às necessidades do País.
Roma e Pavia não se fizeram num dia, esperamos que o novo Centro Educativo seja um verdadeiro alfobre para as fúturas gerações.
Qualquer dia escreverei sobre o que eram os Estabelecimentos Escolares de Ensino e o Rnsino dos anos 50 e 60.
Volto a sugerir-lhe que se desloque à Câmara Municipal e solicite autorização para consultar a Carta Educativa, merece a pena!
siripipi-alentejano

Jack The Ripper disse...

Amigo Siripipi,

"A segunda vem por inerência"...mas acredita nisto? Há melhor futebol e mais assistência aos jogos por haver estádios novos?


São os conteúdos que fazem com que se melhore o desempenho escolar não as formas, neste caso com edifícios novos!

professora disse...

Permitam-me que comente os dois comentários de Siripipi e Jack:

"A segunda vem por inerência"...mas acredita nisto? Há melhor futebol e mais assistência aos jogos por haver estádios novos?

Completamente de acordo. Há escolas com instalações e equipamentos do melhor que há, mas nem sempre são as melhores do ponto de vista da eficácia no que respeita às aprendizagens dos alunos.


"São os conteúdos que fazem com que se melhore o desempenho escolar não as formas, neste caso com edifícios novos!"

Não são apenas os conteúdos (que são importantes) mas os métodos de ensino também contam como fundamentais para a aprendizagem dos alunos.

Quanto aos conteúdos, o senhor Siripipi deve estar a falar de um outro país e de um outro Ministério da Educação.

Jack The Ripper disse...

Professora,

Quando me referi aos conteúdos referi-me a conteúdos em sentido lato onde incluia os métodos de ensino

Dr. Estranho Amor disse...

“O homem que não lê não tem mais mérito que o homem que não sabe ler”
Mark Twain

Permitam-me que perturbe um pouco a paz instalada nesta caixa de comentários, provisional mente elevada à condição de Sala de Professores, mas não resisto fazer um pouco de bullying virtual.

1)Enquanto a actual pirâmide educativa, onde os professores são relegados para uma espécie de subordinação em relação a alunos e Associações de Papás, não seja invertida e os Professores voltem a adquirir a autoridade que entretanto lhes foi retirada, assim como os conteúdos voltem a ser indispensáveis e não apêndices, bem podem encher a boca com “interdisciplinaridades”, “sinergias”, “multidisciplinaridades”, “multiculturalismos” e demais palavrões esquerdistas que a educação seguirá tranquilamente o seu caminho em direcção à mais completa inutilidade.

2)Estando a educação doente como está, este pioneirismo não é mais que uma camada de maquilhagem (neste caso betão) em cima do tumor. Como receita é pioneira e os seus resultados serão nefastos. A Escola que, para além de ser um “bebedouro” de conhecimento, sempre se quis instituição formadora de carácteres, pouco a pouco substitui o conhecimento por relativismo e troca o carácter por unanimismo politicamente correcto. O sucesso do ensino, seja feito numas instalações de latão ou nos requintados salões de Yale ou Harvard, depende quase exclusivamente do seu conteúdo e da competência dos seus professores. Ou será que queremos que a Mota-Engil substitua o ME?

3)Neste caso concreto parece-me que também o Sr.Ripper dá mais ênfase a questões formais e estéticas que de conteúdo. Recuperando analogias futebolísticas, recupero e faço interpretação livre de uma impactante frase do saudoso Pimenta Machado: “ A educação portuguesa quer vestir fato e gravata mas continua com as cuecas sujas”.