Ironicamente, se em 2009 comemorámos 20 anos da Queda do Muro de Berlin, começámos 2010 não a comemorar mas a falar da Queda de outro Muro. Este situado no Mártir Santo foi durante, pelo menos 24 horas, falado em televisões e rádios, bem como em toda a blogosfera campomaiorense. O Decampomaior não é alheio a este facto, mas como blog de opinião e não de notícia, deixou que as primeiras 24 horas passassem, deixou que a poeira que a derrocada provocou assentasse para lançar, hoje sim o seu comentário. Se numa primeira fase pensámos que a queda acidental do muro poderia abrir, finalmente a solução para o caso do Mártir Santo, sentimos que pouco a pouco todo o estrondo da derrocada se foi desvanecendo num eco distante. É que se diz que a etnia cigana seria desalojada e alojada provisoriamente noutro ponto da vila. Ora mudar o problema de sítio não resolve o problema, antes mais aviva-o na mente de todos. A solução que se procura é uma solução de fundo e não uma solução criada com o impulso de um acidente. Aconteça o que acontecer este caso pode tornar-se para os autarcas da nossa terra aquilo que é o Afeganistão e o Iraque para o Obama, um imenso terreno pantanoso do qual poderão não sair ilesos. Se o Muro foi abaixo fisicamente eu por mim acho que, figuradamente, foi antes colocado mais um tijolo neste enorme processo do Mártir Santo. Mais uma tijolo... Another Brick In The Wall!
Assim não vale (9): Um "programa de estabilidade" politicamente "ajeitado"
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*1. *No seu último parecer sobre as perspetivas económicas e financeiras,
já depois da nomeação do novo Governo, o Conselho de Finanças Públicas
instava ...
Há 4 dias
2 comentários:
Penso que não se trata de mais um tijolo. Pelo contrário, são menos uma pedras que compunham o que resta ainda de uma muralha.
Isso é um problema que tem a ver com décadas de incúria na preservação de um património que, além de fonte de orgulho e lição sobre o nosso passado como povoação e como comunidade, poderia tornar-se também fonte de rendimento por incremento das capacidades turísticas que o património pode gerar.
Mas isso é uma outra questão que, embora venha para caso, não é a melhor altura para discutir.
Há o outro lado do problema que é a questão social, muito difícil de resolver que os actuais autarcas herdaram: as famílias de etnia cigana que deixaram instalar, ocupando um baluarte e que se tornou fonte de agravos e ressentimentos para a comunidade campomaiorense.
Como resolver esta questão uma vez que ela implica entre outros os seguintes aspectos:
- Como beneficiar uma minoria que, pela sua atitude agressiva que, tantas vezes, à margem da legalidade,ofende os restantes campomaiorenses, sem levantar uma forte contestação por parte daqueles - e tantos são - que vivem em condições de habitação precárias e tendo que enfrentar tantas dificuldades para garantirem a sua subsistência?
- Como deixar arrastar um problema que é causa de tantos descontentamentos e protestos?
- Como integrar um grupo que, pelas suas carências culturais, se coloca constantemente numa posição que suscita a mais viva rejeição?
Porque a verdade é que não estamos perante uma necessidade de simples reinstalação - coisa que não seria de grande complexidade. Estamos perante a angustiosa urgência de salvar gente para salvar património e de aproveitar a necessidade de salvar o património para resolver os problemas de homens, mulheres e crianças que têm demonstrado ter tão pouca capacidade para tomarem conta das suas próprias vidas.
Para agravar a questão, é preciso fazer tudo isso sem ferir susceptibilidades e justas recriminações por parte dos que têm sido as constantes vítimas desta situação, ou seja, em geral, a população de Campo Maior.
De facto, perante isto, só podemos fazer um esforço para compreender a dificuldade do problema que os actuais responsáveis pela autarquia têm entre mãos.
Dada a gravidade e a complexidade do problema, peço à Divina Providência que nos ilumine a todos na busca de uma solução justa, humana e viável. Aos campomaiorenses peço que tenham ainda um pouco de paciência. Aos responsáveis pelo poder local, que se empenhem com o máximo de competência e de boa vontade na tentativa de resolver aquilo que será, provavelmente, um dos problemas mais complicadas que se põe à comunidade campomaiorense nos últimos anos.
Mas os ciganos não tem dinheiro para comprar uma casa?!
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