sábado, 19 de dezembro de 2009

Autarquia - O Buraco da Razão!

Faleceu por estes dias um economista, que para além de ter sido Nobel em 1970, foi responsável por obras que qualquer estudante da área tem de estudar se quer conhecer os segredos desta disciplina. Falo de Paul Samuelson, que teve uma longa carreira, e trabalhou entre outros com John Maynard Keynes. Os seu principal contributo foi a utilização do cálculo matemático na modelação do comportamento económico. Foi um contributo que introduziu a "razão" e a cientificidade numa disciplina social.
Por outro lado, li atentamente, no Notícias de Campo Maior uma entrevista ao Presidente da Assembleia Municipal onde o mesmo tema seguinte frase: "...a gestão de uma câmara é uma gestão muito afectiva e tem muito a ver com o coração e não com a razão."
Ora estas duas posições são contraditórias embora em campos bastante distantes. Mas servem esta linhas anteriores para sintetizar um facto que já tem sido mencionado em vários blogs mas que nos ultimos tempos tem sido conversa em tom crescente. A situação financeira da câmara está longe de ser a melhor, e longe de ser a aquela que aparentava ou nos faziam crer. Esta situação é fruto de decisões "afectivas" sem a necessária razão? Que repercussões daqui advirão? Ficarão alguns projectos por concretizar?

8 comentários:

Anónimo disse...

em principio há buraco na AUTARQUIA, mas neste momento a maioria do povo de campo maior não sabe de nada, espero em breve de saber, ouvi dizer que passava de 1 milhão de euros, e ainda certas pessoas apoiaram esse senhor, merecia ser julgado pela justiça, ok é o que temos em portugal

XP disse...

Também me chamou a atenção essa afirmação do presidente da assembleia municipal. É estranho que, com todo o currículo que tem em gestão diga uma coisa dessas. Imagine-se o que seria se cada um de nós seguisse este "conselho". Rapidamente entraríamos todos na falência. Por isso, não é de estranhar que a câmara tenha o buraco financeiro que consta por aí. Também só para os muito "distraídos" é que isto pode ser uma novidade e causar admiração...

XP disse...

Venho acrescentar um voto: que a nova equipa camarária não siga a perspectiva do senhor presidenta da assembleia municipal. Para bem de todos nós!

José Marques disse...

Os grandes cínicos (o termo aqui significa os que só se preocupando com o seu próprio interesse, passam o tempo a proclamar a sua preocupação com os outros, fingem afectividade para melhor mascararem os seus objectivos que são exclusivamente calculistas e virados para a obtenção do maior lucro que podem usufruir em qualquer circunstância.
Não foi este o calculismo de Samuelson que pretendeu pôr o cálculo como método de rigor ao serviço dos objectivos da Economia que são por definição, objecto e metodologia, fundamentalmente sociais.
A questão de Campo Maior foi outra: não se tratou de um erro na escolha do paradigma de gestão mas de uma total ausência de métodos, processos e metas. Foi, radicalmente, o produto de um desnorte, não casual, mas engendrado para servir de cortina para atingir objectivos secretos porque inconfessáveis.
No meu entender esta é a maneira mais adequada para avaliar esta questão.
Já agora, quando se concretiza o proclamado, como promessa de base, Orçamento Participativo? Que venha depressa, porque esta terra bem precisada está de uma gestão participada.
Bom Natal e Paz nesta nossa terra aos homens de boa vontade.

Anónimo disse...

José Marques,

Parece-me que a ideia do orçamento participativo já lá vai. Espero que seja só este ano porque manifestamente não há tempo para a sua realização. No entanto, penso que o Orçamento participativo foi um chavão com que se atrairam as atenções mas nunca será realizado

carlos disse...

"... Que repercussões daqui advirão? Ficarão alguns projectos por concretizar? "

Ok,não precisam dizer mais.
Já percebemos a ideia.
A política da "culpa alheia" no seu melhor.

Anónimo disse...

Olá Sr Ripper.

Hoje trouxe um tema que me satisfaz-Transparência na Adm. Pública.
Toda a minha vida, tenho lutado por isso e é com mágua, que ao fim e ao cabo, vejo que pouco tenho conseguido, porque sózinho pouco se consegue.
Como sabe, há um documento fundamental nas Câmaras,que regulam toda a actividade das mesmas, que é o Orçamento.Este documento, nunca pode ser olhado sob o lado da afectividade, mas sim e sempre, pelo lado da realidade.
A forma menos sincera de esse Sr. se referir à maneira como muitas vezes as Câmaras são geridas, não corresponde, minimamente, à realidade.
Em minha opinião, esse argumento, só poderá servir, para tentar justificar o que não tem justificação alguma-O DESPESISMO DA CÂMARA,sempre com uma intenção-aproveitamento político...
O anterior e actual, Presidente da AM,tem muito a vêr com a situação económica, actual da Câmara.Por ele, que tinha a maioria, passava e aprovava tudo e a qualquer preço...
Por acaso não foi ele que fez com que fosse criada uma Empresa Municipal, para se fazerem as Piscinas?
Por acaso não foi ele para seu Administrador?
Por acaso quantas pessoas,fizeram formação e estão lá, sem trabalho, a troco de contratos=votos?
Nunca haverá Orçamento que resista a:
-excesso de pessoal;
-horas extraordinárias que muitas vezes nem eram feitas;
-ajudas de custo ao estrangeiro, para servirem de pagamento, como forma de ordenado,a outros que não os podiam auferir na totalidade, por serem reformados;
-aluguer de tendas, que prejudicaram o trânsito durante vários dias, para almoçaradas;
-viagens à Madeira pra os não necessitados (professores e outros que tais) em avião;
-as compras no mercado:-Quem as fazia?-Onde as fazia?-Quem as controlava(entradas e saídas de Armazem)?A mesma pessoa fazia tudo!
-Note-se que não estou a por ninguém em causa, mas, tão sòmente, a forma.
Vou ficar por aqui,Há muito mais qu deveria constar de um comunicado à população, a fazer pelo actual executivo.
Cumps

Anónimo disse...

Diz-se, diz-se, mas de concreto nada se sabe, era bom que o actual executivo em vez de lançar há rua algumas dicas nos informasse oficialmente qual a situação económica e financeira da nossa autarquia porque já teve tempo suficiente para analisar balancetes e outros documentos necessários a uma informação cuidada e sem especulações.
Um milhão de euros não é verba que assuste qualquer pessoa que seja minimamente conhecedor de uma gestão autarquica.
É necessário saber, se um milhão de euros de divida corresponde a investimentos feitos ou não.
Mas deixem que vos diga, não temos no nosso executivo ninguém com conhecimentos de gestão. Deve por tanto haver alguma contenção no que hoje se diz porque amanhã podemos estar aqui a dizer o pior da gestão do actual executivo.